Mas parece que a Chiquinho Sorvetes conseguiu ser uma exceção. Ela acabou de fazer o Rebranding da sua marca e isso gerou mais discussão do que se tivesse criado um sorvete de chuchu.
Chiquinho Sorvetes é uma empresa com mais de 40 anos. Apesar desse tempo todo, somente a partir de 2010 passou a ser franqueada. Das 80 lojas que tinha naquela época, hoje já chegou a mais de 920 e ultrapassou um faturamento de 1 bilhão de reais. Todo esse sucesso com uma imagem de marca simplista. Ela sempre pareceu uma marca menos sofisticada, no meio de concorrentes como Bacio di Late ou até mesmo Kibon.
A nova marca, criada pela sua própria agência interna, resolve um problema antigo, que é o nome dentro de um alvo, que gerava incômodo e até enjôo em certas pessoas. Só que, ao mesmo tempo em que tirou o nome do centro do alvo, a empresa colocou um sorvete com cara de Chat GPT no seu lugar. Lógico que o rebranding não é somente na marca. Eles também irão criar um novo visual pra suas lojas, segundo a própria Chiquinho, mais minimalista.
O interessante dos comentários que apareceram nas redes sociais criticando a mudança, é que muita gente fala do tom familiar que as lojas têm. Existem muitos elogios ao atendimento caloroso, ao jeito carinhoso de atender. Olhando pra mudança como um profissional, não creio que a evolução tenha trazido ganhos pra empresa. O logo antigo é realmente datado. Tem cara de coisa antiga, mas ao mesmo tempo combina com a questão familiar. Parece uma solução caseira.
A nova marca apresenta uma certa consistência com a antiga, ao manter o alvo vermelho e branco. Mas o nome Chiquinho, agora em letras maiúsculas, sobressai ao conjunto. Na minha opinião, a imagem do sorvete é que está sobrando. O visual dos copos de milk-shake e copinhos de sorvete, nos quais o nome vem dividido por sílabas, é talvez a parte mais feliz da novidade.
A gente vai acabar se acostumando com a nova marca. E, como comentam os fãs, se o sabor não mudar, a empresa deve continuar sua trajetória de sucesso. Como uma das maiores sorveterias do Brasil, a Chiquinho precisa dar um passo pra continuar o caminho para a liderança.
Vamos ver se o passo não foi maior do que as pernas.
A empresa, com suas dezenas de marcas, utiliza-se de todo tipo de ferramenta para manter a liderança nos mercados em que atua. Agora, é a vez do detergente Omo fazer uma promoção pra ver se alavanca as vendas.
Quem olhar superficialmente pra Omo vai pensar que a vida é fácil. Nos 34 anos de Top of Mind da Folha de S. Paulo, Omo foi a marca mais lembrada pelos brasileiros. Em todos eles. E de longe. Só que o alto índice está entre os que têm mais de 45 anos. Quando se olha pro jovem, entre 16 e 24 anos, essa lembrança simplesmente despenca. E se o futuro consumidor, esse ser insensível, não vê valor num produto ou serviço, isso é o começo do fim.
Pra reverter esse fato, nada melhor do que trazer Vini Júnior e uma promoção com bolas autografadas. E está criada a PromoBol. Quer dizer, está relançada, pois em 2005 Unilever já tinha feito a mesma campanha. O sucesso da antiga ação deve ter virado um fantasma nos corredores da empresa, porque todo o material de divulgação fala que "Promobol voltou". Vou ser franco. Nem sabia que tinha acontecido anteriormente...
De toda forma, a iniciativa veio com força. São 50 mil bolas a serem distribuídas pra todos aqueles que comprarem 50 reais em produtos da marca nos próximos 90 dias. Considerando que a embalagem de 800 gramas custa mediamente 15 reais, é estocar um pouco mais de três meses de produto pra levar a bola. Puxado, mas não é impossível. Além do que, com a promessa de tornar seu filho um craque internacional, aí ficou barato.
Interessante perceber que na divulgação não foi dito que o comercial vai pro ar em TV aberta. Parece que a TV Globo não vai ter nem um centavo da verba dessa iniciativa. O que mostra que os meios de divulgação mudaram de endereço. Já se prepare pra ver o Vini criança quebrando o vaso da mãe no intervalo dos seus vídeos de Youtube. Ou nas telas de Retai lMídia nos corredores dos supermercados.
Omo vai passar de ano. Só falta agora CloseUp colocar a cara nos livros, pois em termos de pasta de dente, a Unilever ainda está de recuperação.
Fonte da imagem: Site da promoção
Pode parecer estranho, mas ambas as empresas têm tudo a ver. Como assim?
Claro que estamos falando da 3GCapital, do Jorge Paulo Lemann, do Beto Sucupira e do Marcel Telles. Os donos da Ambev, do Burger King e das Lojas Americanas têm uma fórmula do sucesso. A estratégia sempre é comprar empresas que sejam coadjuvantes, secundárias mesmo, nos seus mercados e dar uma pressão pra que passem a ser importantes.
Só que isso é o que muitos investidores fazem. A 3G tem uma fórmula especial: seus executivos são colocados numa panela de pressão onde os mais agressivos são fartamente recompensados. Quanto mais agressivo e com maiores resultados, maior o bônus anual. Essa fórmula, normalmente, tem dado resultados. Se existe uma exceção à regra, foi a compra da Heinz, em que o sócio Warren Buffett parece não ter gostado muito desse estilo. Os dois se separaram, e seguiram caminhos diferentes.
No caso da Skechers, a empresa é a terceira maior fabricante de tênis do mundo, só perdendo para a Nike e a Adidas. E a diferença de tamanho é enorme. Enquanto a líder fatura 51 bilhões de dólares e a alemã, 27 bilhões, ela mal ultrapassou os 9 bi de faturamento. Se conseguir subir seu preço, talvez já diminua a distância. Enquanto um tênis da Nike custa U$ 160, o da Skechers custa meros 60. Só isso faria a empresa mais do que duplicar o faturamento.
Dessa vez, parece que o modelo de gestão vai ser diferente. O fundador da empresa, Robert Greenberg, vai continuar mandando no dia a dia. Pode ser que os estilo 3G tenha mudado, junto com as novas gerações. As pessoas estão menos workaholic, trabalham por propósito e não aceitam se matar simplesmente por dinheiro. As críticas ao estilo "Ambev de ser" passaram a ser constantes e o caso das inconsistências contábeis das Americanas pode ter ajudado a enterrar o modelo.
Deve ter pesado na decisão de compra o momento pelo qual a Nike passa. O toque de Midas do Phill Knight, fundador da empresa, parece ter acabado. Se antes tudo que a empresa fazia dava certo, agora parece que os executivos estão com dedo podre. Enquanto isso, a Adidas comemora seu crescimento na linha de tênis casual.
Quanto mais confuso o mercado, melhor para um novo desafiante. No final, estratégia é um modelo de negócio, um jeito de pensar. Não podemos negar, o jeito de ser 3G é vencedor. Mas como tudo na vida, parece que chegou o momento de vermos se uma nova fórmula funciona...
Com a guerra na Ucrânia, os ricos na Rússia — acostumados a usar os luxuosos Bentley como símbolo de status — passaram a enfrentar sérios problemas de manutenção e suporte técnico. Mesmo enviando seus veículos de avião até a Inglaterra, alguns proprietários não conseguiram realizar os reparos necessários.
Diante dessa dificuldade, parte desse público começou a adotar os veículos de luxo da marca chinesa Hongqi.
Com design imponente, alto nível de conforto e crescente sofisticação tecnológica, os modelos da Hongqi vêm se consolidando como uma alternativa de prestígio com suporte local mais eficiente e manutenção facilitada.
Essa substituição reflete uma mudança clara de percepção: o status deixou de estar atrelado apenas à origem europeia e passou a considerar também a eficiência operacional e a estrutura de pós-venda.
Na construção da estratégia de marca, esse é mais um exemplo concreto que comprova que o pós-venda é um pilar decisivo para a fidelização e o sucesso sustentável.
Exatamente no ano depois da Madonna. As duas cantoras, apesar da diferença de idade, disputam o mesmo público. Exatamente como os bancos Santander e Itaú. Que foram, respectivamente, os patrocinadores dos dois grandes shows.
As estimativas são de que a apresentação da Madonna custou 60 milhões de reais. E que a da Lady Gaga, 92 milhões. Apesar de não ter sido divulgado o valor dos patrocínios, podemos considerar algo em torno de 15 a 20 milhões de reais. Mesmo se fosse metade, seria muito dinheiro. Música sempre foi uma das principais plataformas para se construir a imagem das empresas, junto a patrocínios esportivos. E os grandes eventos sempre pertenceram às grandes empresas.
Parece que está havendo uma disputa entre os bancos para ser o mais adorado e desejado por quem curte música pop. O Itaú tem patrocinado o Rock in Rio e o The Town desde sempre. Já faz parte da paisagem desses eventos a famosa roda gigante do banco. O Santander anunciou no início deste ano que grandes shows seria uma das suas plataformas de comunicação. A decisão é mundial e essa iniciativa se chama SMusic. Por fora, bem timidamente, vem o Bradesco e repete, ano após ano, seu patrocínio no Lollapalooza.
Dizem as más línguas que o Itaú só confirmou seu patrocínio da Madonna porque o Nubank havia se interessado e ia pegar mal ter o concorrente patrocinando a cantora que fez a campanha dos 100 anos do maior banco particular do Brasil.
Parece que temos uma guerrinha particular entre os bancos para mostrar para os novos possíveis clientes quem é mais legal. The Town e Rock in Rio tiveram, juntos, algo como 1,2 milhão pessoas presentes nos seus dias de evento. Lady Gaga, em uma só noite, reuniu 2,1 milhões de fãs.
No fim, é difícil comparar os dois tipos de patrocínio. Os eventos nos estádios, mesmo com menos público por dia, permitem uma maior ativação do público, desde a venda de ingressos com desconto, sorteios de pessoas para viver a experiência de participar do espetáculo, áreas vips e ativações abertas a todos os presentes. As praias gratuitas de Copacabana diminuem o número de possibilidades. Os eventos fechados são mais fáceis de garantir novos clientes. Os abertos, garantem mais facilmente lembrança de marca.
De todo jeito, o que essas diferenças mostram é que os objetivos podem ser iguais, mas as estratégias e táticas podem variar de empresa para empresa.
Agora é esperar o show da Taylor Swift no ano que vem... quer dizer, nem sei se vai ser ela, mas que o Santander vai estar, ah! isso vai...
Fonte da imagem: Internet