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Meu sócio, Tai Kawasaki, pára no sinal fechado.

03/10/2025
Postado por: Murilo Moreno

Meu sócio, Tai Kawasaki, pára no sinal fechado, eu, do lado, de carona. De repente surge um cara que começa a gritar. "Não precisa baixar o vidro..." Tai começa a balançar a cabeça e as mãos, como que dizendo "não, obrigado". Não adianta, o sujeito não vai embora e continua a gritar coisas impossíveis de entender "comprar casa... minha esposa e eu".

Coloca um papel debaixo do limpador do para-brisa e um pacote de balas Fini, depois sai andando em direção do carro parado atrás do nosso. "Se ele não voltar, vamos embora" falo pro Tai. "Acho que no papelzinho deve ter o PIX dele", ouço como resposta.

Sinal abre e nada do escandaloso voltar. A gente roda até o próximo sinal e desço pra pegar a bala e o papel. "Realmente tem o número do PIX..." O Bichinho de Marketing que vive dentro de mim olha o papel, curioso. Jeito novo de pedir esmola... gostei.

Lógico que já dependuraram aqueles saquinhos de balas estranhos no retrovisor do seu carro. Esses pedintes estão por todo o Brasil. Nesses casos, o preço a ser pago é conhecido. Só que, Alex, nome do barulhento, usa um tipo diferente de abordagem. Primeiro, ele lhe dá as balas. Sem nenhuma obrigação. Depois lhe deixa um bilhete para uma contribuição livre.

Me lembrou o restaurante Just Around the Corner, de Londres, onde o menu não tinha preços e cada cliente pagava o que queria. E olha que isso era em 1984! Na época, ficou famoso e o dono declarava que os valores eram sempre mais generosos do que se ele colocasse um valor específico.

O ambulante moderno apela pro nosso senso de honestidade. "Não dá pra ir embora e deixá-lo no prejuízo". Achei o bala por 89 centavos na internet e fiz os cálculos. Se um a cada cinco transferir 10 reais, o resultado seria melhor do que se vendesse, gritando, "três por dez!" Genial.

Criatividade é isso: fazer o mesmo de um jeito diferente... cheguei em casa e fiz o PIX. Esse cara merece uma cadeira na ESPM...

 

 

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Postado por: Tai Kawasaki
No início do ano, a Fenabrave projetava um crescimento de 5% para o mercado automotivo em 2025, em comparação com 2024.

Porém, em uma revisão recente, a entidade reduziu essa estimativa.

A nova previsão aponta para 2,559 milhões de unidades, o que representa um crescimento de apenas 3%.

Como já era esperado, 2025 está sendo um ano desafiador, marcado por crédito caro e escasso, fatores que inevitavelmente impactam o ritmo das vendas.

Além disso, a Toyota foi afetada por um desastre natural, o que também influenciou negativamente o desempenho do mercado.

Por outro lado, as marcas chinesas seguem em expansão na comparação com o mesmo período de 2024:

BYD: +49%
GWM: +31%
CAOA CHERY: +11%

O avanço de BYD e GWM é impulsionado principalmente pelos produtos no segmento de híbridos, reforçando uma tendência que venho destacando de que o crescimento dos híbridos será mais consistente e acelerado do que o dos elétricos puros.

15/10/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Ele ficou no ar pelo menos nove anos.

Saiu em 2020, quando já havia se transformado num personagem de desenho animado, que encerrava os comerciais. Estou falando daquele matuto que, nos comerciais da hashtag#Ipiranga, sempre respondia "Lá no posto Ipiranga..." A campanha fez tanto sucesso que o bordão virou sinônimo de um lugar que tem solução pra tudo.

Veio o Paulo Guedes, o ministro, e o apelido de posto ipiranga pegou. Também, né, pra toda pergunta que a imprensa fazia pro presidente Bolsonaro, a resposta era sempre "É com o Paulo Guedes". Igualzinho o personagem do comercial. Coincidência ou não, entra o ministro, sai o personagem. Talvez a petroleira tenha querido evitar misturar propaganda e política.

Mas a política parece que gosta da Ipiranga. Com os escândalos da Faria Lima, onde vários postos foram pegos fazendo coisa errada, ela resolveu que era hora de reforçar a confiabilidade da sua marca. E aí, convocaram de novo o capiau. Que no comercial está de cabelos brancos mas, como ele mesmo diz, não ficou burro e continua confiando na empresa de sempre.

É difícil avaliar de longe, mas olhando as campanhas desses últimos cinco anos, com o slogan “Completa pra mim”, eu também tive saudades do velhinho. Os meus anos de Shell me ensinaram uma coisa: pouca gente gosta de ir a postos de gasolina. Até mesmo as lojas de conveniência têm um quê de negativo, pois são vistas como careiras. As pessoas escolhem o posto de preferência pela localização, facilidade, simpatia dos frentistas e por último, muito longe, a qualidade do combustível.

Tirando os produtos aditivados, pra maior parte das pessoas, “gasolina é tudo igual“. O maior medo é do combustível adulterado e, por isso, é tão importante confiar na hashtag#marca da petroleira. A figura conhecida do personagem passa credibilidade e confiança. O comercial em si não é tão engraçado assim, mas cumpre muito bem seu papel: dar conforto emocional a quem precisa abastecer seu carro.

Gostei do plot twist da Ipiranga. Agora é torcer pra que nenhum outro ministro ganhe o mesmo apelido…

14/10/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Você conhece a lanchonete Patties?

Ou seria casa de hambúrgueres? Sei lá como chamar, mas sei que essa rede pequena, de quatro lojas físicas e três dark kitchens (aqueles locais que preparam lanches e pratos pra diversos restaurantes, que distribuem por delivery) é topetuda como um quê.

O dono, Henrique Azeredo, já fez acordos com vários concorrentes, pois trabalha o posicionamento de ser a casa do sanduíche tradicional, aqueles pequenos e simples feitos pelo McDonalds e outros pioneiros, quando apareceram nos anos de 1950. É como se fosse uma garantia de que o formato original não vai morrer.

De toda forma, o que me chama a atenção é o salto de fé que Henrique deu, ao sair de uma simples loja de bairro para um ponto 24 horas dentro do aeroporto mais movimentado do Brasil, o Aeroporto de Cumbica, em São Paulo. Se der certo, vai virar gente grande. Se der errado…

Eu já fui lá ajudar a construir o sucesso da Patties. E vamos continuar por aqui, comendo seus smashburgers e acompanhando suas aventuras…

14/10/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Uma das boas coisas que aprendi na minha carreira de publicitário é que pesquisar faz bem.

Nos ensina a entender a vida e a tomar melhores decisões. Então, faço pesquisa em tudo, inclusive no LinkedIn.

Aproveitei a campanha do Rei Roberto Carlos, do Banco Mercantil, para testar títulos. Não é a primeira vez, mas os resultados me deixaram intrigados. O teste é simples: Será que o título aumenta a leitura? E o engajamento?

Três semanas atrás, soltei dois posts idênticos, mesmo texto, mesma foto, tudo....menos o título. Num, escrevi "O Banco do Rei". Foco no banco e na crença de que todos reconheceriam o cantor. No outro, "Roberto Carlos virou garoto propaganda", dando destaque na novidade de RC estar fazendo propaganda. Fora isso, 45 minutos de diferença de publicação.

Os resultados? O "Banco do Rei" foi melhor em tudo. Deu 23 mil visualizações contra 13 mil. 47% a mais de pessoas, mais que o dobro de comentários e um número pouco maior de compartilhamentos. Só que, quando vemos o engajamento por post, uma surpresa.

Falar do novo emprego do Roberto faz as pessoas se manifestarem mais, percentualmente falando. Os leitores do "Roberto Carlos virou garoto propaganda" compartilharam 50% mais. Ou seja, se envolveram tanto com o tema que quiseram fazer com que outras pessoas também conhecessem a nova trajetória do cantor.

Sei que o algoritmo muda de tempos em tempos. E que esse ser supremo é diferente de Rede Social para Rede Social. Mas o primeiro impulso ainda é humano. Somos nós que indicamos para ele o que queremos ver.

No fim, descubro que Roberto Carlos é um cantor que todo mundo reconhece. Mas que fofoca é, ainda, o principal motivo de engajamento da humanidade...

13/10/2025
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