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Chego na recepção do hotel, em Porto Alegre.

23/07/2025
Postado por: Murilo Moreno

É um dessas grandes redes mundiais, com várias marcas para todo tipo de cliente, desde só dormir confortavelmente, até luxuosos resorts. O recepcionista pergunta:

- O senhor já se hospedou conosco?
- Já. Várias vezes. Em outras unidades desse hotel, não nessa...
- Então preciso dos seus documentos...

Entrego. Mas o bichinho de marketing que vive dentro de mim não se contém e pergunta:

- Você não tem meus dados? De qualquer outro hotel do grupo, que já tenha ficado?
- Infelizmente não...
- Engraçado... seria mais simples...
- O senhor não imagina o quanto! Ia facilitar, muito, minha vida...

Paro pra pensar. Em pleno século 21, uma rede mundial, com quase seis mil hotéis em mais de 100 países, oferece um programa de fidelidade, onde pontuo a cada vez que me hospedo com ela, mas não consegue ter meus dados em todas as suas recepções? Isso é, no mínimo, estranho.

"Não é não, Murilo. Imagina o tamanho da base de clientes que eles têm..." Sei que você pensou isso. Mas não precisam ter todos os dados em todos os hotéis. É só trazer os certos, no momento da reserva e pronto. Ou pedir o número da fidelidade na recepção e consultar. Solução tem. Basta querer achar.

Só que nem sempre o óbvio é o que a gente enxerga. Talvez para a diretoria, preencher os dados seja só mais uma etapa do processo que o hóspede precisa passar. Só que do ponto de vista do consumidor, essa é uma etapa burocrática, que seria fantástico pular.

Mas o mais importante é perceber que o atendente conhece o problema e joga contra a empresa, quando fala que "infelizmente..." Não é que ele seja mal treinado, ganhe pouco, ou esteja chateado. É que, pego de surpresa, fala aquilo que sente.

Este é o ponto: A gente sempre precisa revisar nossos processos para ver onde causa fricção com o cliente. É com esse comportamento que geramos fidelidade. Não com descontos, pelo número de vezes que ficamos num dos hotéis da rede...

 

Fonte da imagem: ChatGPT

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Postado por: Murilo Moreno
Ontem mesmo, pela manhã, falei de Coca Cola.

Aí, durante o dia, a Cimed anunciou que seu protetor labial Carmed terá uma versão com o sabor do refrigerante. Terá... verbo no futuro... você vai precisar aguardar até outubro pra dar beijos sabor de cola. Que pressa é essa, Seu João Adibe Marques?

Simples. O valor da collab não está no sabor cola, nem nos milhões em vendas que ela trará. O mais importante é o aval da multinacional, como se dissesse: "Tá vendo? Carmed também é uma Love Brand. Até Coca reconhece seus iguais..."

A notícia foi amplamente divulgada com os irmãos-sócios abrindo mão da camisa amarela e, vestidos de vermelho, reverenciando uma garrafa gigante do refri. Teve também a informação de que no final do ano chegam três dos oito sabores que Carmed terá, considerando a família de produtos da Coca (Oba! vai ter sabor Fanta Laranja! Vou comprar pra Bella...).

Acontece que não é tão difícil assim fazer um licenciamento de marca com a Coca. É só você lembrar dos cadernos que aparecem no começo do ano. Ou nos copos de vidro que a Tok Stok vende em suas lojas. Mas o pessoal da Cimed consegue revestir todas suas ações e transformá-las em grandes sacadas de marketing. O produto não existe, mas o mercado já sabe.

João tem pressa. Prometeu chegar em cinco bilhões de reais de faturamento este ano e a 10, até 2030. É muito crescimento, mesmo considerando que já chegou, em 2024, a 3,6 bi. Vendo aqui, de fora, iniciativas não faltam, como a nova marca de itens infantis junto com Luciano Huck e Rede Globo. A questão é que não dá pra parar pra respirar nem um segundo. Haja curso de apneia!

Vamos esperar até outubro pra ver como as marcas vão aparecer juntas. Enquanto isso, João e sua turma, com certeza, ainda vão trazer muita novidade pro mercado.

Adoro essas aulas de marketing ao vivo!

 

21/08/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Coca Cola. Sempre Coca-Cola?

Creio que não existe marca mais bem construída no mundo do que a desse refrigerante. É uma obsessão de todos na empresa reforçar o reconhecimento de todos os seus símbolos.

O novo comercial de Coca (CLIQUE AQUI) demonstra isso, mais uma vez. Uma simples lata de alumínio sendo amassada, para reciclagem. E por causa da cor e do desenho do nome, você sempre reconhece o produto.

O uso crescente de latas fez a garrafa de vidro ficar mais difícil de ser encontrada. Ela foi, talvez, a primeira grande sacada da empresa. Quando foi criada, o pedido era fazer uma garrafa que fosse possível de ser reconhecida até no escuro, ou mesmo quebrada. Esse diferencial sumiu, com esses cilindros de alumínio.

Interessante perceber que a cor vermelha nunca foi atacada por nenhum outro refri. Observe a garrafa de Heineken. A Ambev, vendo que verde estava virando um sinônimo da concorrente, rapidamente trouxe a Stella Atrois, a Spaten e a Beck para diminuir o reconhecimento da cor como diferencial. No mundo das bebidas gasosas açucaradas, ninguém tem uma lata vermelha, fora a americana.

Brincar com a marca, só faz quem está muito consolidado. Reconhece-la, mesmo distorcida, significa que ela já pertence à cultura popular.

Adoro essas aulas de marketing ao vivo!

 

20/08/2025
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Postado por: Tai Kawasaki
GWM inaugura a fábrica em Iracemápolis-SP.

A primeira fábrica de uma marca chinesa, é da GWM. Com capacidade de 50 mil unidades e começando com cerca de 600 funcionários, vai produzir o produtos H6, H9 e o Poer P30. Interessante é que irão produzir veículos com motor diesel, um pouco diferente da estratégia inicial que parecia ser de eletrificação.

Isso é mais uma prova de que o mercado brasileiro vai demorar um pouco para que os carros elétricos se popularizem por aqui.

Os carros híbridos serão a tendência nos próximos anos e pelo jeito o motor diesel ainda vai ficar por um tempo por aqui.

Essa fábrica, representa um marco estratégico para a indústria automotiva nacional, com a integração de fornecedores brasileiros, investimento robusto, geração de empregos e avanços em tecnologia e nacionalização.

Além disso, estabelece o Brasil como base de exportação e inovação tecnológica para a América Latina.

Na minha opinião, a GWM parece ser a mais coerente das chinesas. Como disse o próprio CEO, "devagar iremos longe".

Acredito mais em trabalhos de longo prazo. Projetos conduzidos com pressa, na maioria das vezes, enfrentam maiores dificuldades para se consolidar.

E você, prefere mais o curto prazo ou o longo prazo?

19/08/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Parece que todo mundo partiu para ataque aos hambúrgueres nos Isteites.

Dominos e Popeyes acabaram de colocar comerciais na TV e nas redes sociais em que o grande vilão são as redes que vendem pão e carne com um pouco de gergelim.

No caso da Dominos, (CLIQUE AQUI) sua campanha compara um pedaço de pizza a um pedaço de hambúrguer. O conceito é que pelo mesmo preço, uma pizza alimenta mais. A campanha mostra um bando de crianças numa festa parando para o lanche. E a garçonete partindo dois hambúrgueres em fatias, como partiria uma pizza. No fundo, o que eles querem dizer, é que o sanduba oferece muito pouco pelo preço que custa. Isso porque, nos Estados Unidos, o consumidor médio acredita que pizzas são mais caras do que pão e carne.

Ao mesmo tempo, Popeyes (CLIQUE AQUI) parte para o ataque em cima do McDonalds. A empresa do palhaço Ronald resolveu trazer de volta um wrap de frango e, antes mesmo do lançamento, os fãs já fizeram dele um sucesso. Tipo, assim, o McFish em Terra Brasilis. Popeyes aproveitou e lançou antes sua versão, acompanhada de um comercial em que critica o palhaço louco do concorrente pelos preços que pratica.

Não é de hoje que os hambúrgueres brigam entre si. McDonald’s é referência e lutar contra ele é um jeito de ganhar mercado. Só que a briga entre BK e Mequi só privilegia as duas redes. Quando estou decidindo qual delas prefiro, estou me esquecendo de pizza, ou wrap, ou esfiha. E somente as duas ganham nessa disputa.

Pizza Hut Domino’s trouxe a pizza pro baile. Todos os hambúrgueres são seus adversários. Ela não personaliza uma marca, diferentemente do que Popeyes fez. A pergunta que fica é o que é mais eficaz? Partir pra briga contra todos os concorrentes de um segmento? Ou mirar somente o líder?

Pessoalmente, gosto mais do comercial de Popeyes. Mesmo tendo um palhaço assustador. E você? Qual dos dois comerciais prefere?

 

19/08/2025
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