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Pouso em Congonhas, longe dos fingers.

30/05/2025
Postado por: Murilo Moreno

Vamos ter que esperar transporte. Tô cansado, mas tudo bem, quando vejo o ônibus que veio nos buscar. É um dos novos modelos elétricos que a hashtag#Aena botou pra rodar. O bichinho de marketing que vive dentro de mim não dá tempo pra nenhum outro passageiro. Ele me obriga a ficar do lado do motorista e as perguntas começam.

André, o motorista, me diz que roda dois dias com uma carga. São 240 quilômetros reabastecidos em carregadores de 380kw, três vezes mais potentes do que a energia que chega em nossas casas. Faço os cálculos rapidamente pra chegar em 40 e poucos mil quilômetros por ano. Seriam 12 mil litros de diesel a menos, deixando de emitir 37 toneladas de CO2. Ou 300 árvores plantadas para neutralizar toda essa emissão.

Vejo a marca e já desconfio. Deve ser chinesa. Acertei, se chama Higer, trazidos para nossas terras por uma empresa de nome Tvex. Em termos de tecnologia embarcada não deixa nada a desejar. O painel é todo digital e, entre outras coisas, a suspensão eletrônica compensa a inclinação da carroceria nas curvas.

Olhando pro painel e vendo a empolgação do motorista, vejo que a solução é apaixonante. Sem barulho, sem vibrações, o dia a dia do André deve ter se tornado mais tranquilo. Como ele roda num circuito pequeno e fechado, não existe o risco de ser atacado pela hashtag#Rangefobia, aquele medo de ficar parado no meio do nada, sem energia e lugar pra reabastecer.

Saio convencido que a opção elétrica já é uma realidade. A indústria do petróleo pode até fazer lobby, lutar contra. Mas um pedaço do mercado já não lhe pertence mais. A única tristeza é ver que, mais uma vez, nossa indústria automobilística fica pra trás na inovação .

Melhor aprender mandarim.

 

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Postado por: Murilo Moreno
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03/06/2025
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Postado por: Tai Kawasaki
Em matéria recente da Quatro Rodas, a estratégia de alto volume de produção e vendas na China parece ter chegado ao limite.

Está sobrando carros novos devido a alta capacidade de produção e o jeito está sendo o de emplacar carros zero e vender como seminovo.

Quando se fala em "jeitinho chinês", não como não lembrar do "jeitinho brasileiro". Será que importaram a pratica para lá?

O equilíbrio entre a produção e vendas sempre é complicado quando existe uma cadeia de produção gigantesca, com uma quantidade imensa de fornecedores de segundo, terceiro, quarto tier. É uma cadeia longa e difícil de controlar.

A estratégia ideal é a de mercado, onde a demanda determina a produção e não onde a produção define a demanda.

O segundo cenário, é o chamado "PUSH" (empurra) onde a produção despeja carros novos no mercado e o mercado é obrigado a absorver.

Na minha opinião, o melhor é o "PULL" (puxa), onde a demanda é que determina quanto as fábricas devem produzir. Isso é o que a Toyota adota como estratégia, que na realidade é chamado até de "jeito Toyota".

A verdade é que, quanto mais as montadoras empurram carros para o mercado que não tem a demanda, mais descontos elas tem que dar e isso diminui as margens. Chegando no extremo como na China, onde emplacar carros novos para vender como seminovos, implica em descontos de 30 até 40% e o excedente desviado para exportação.

O consumidor pode até ficar feliz, mas não é nada saudável para as montadoras e para o livre mercado.

Será que essa crise vai ajudar a inundar o Brasil com carro chineses?

03/06/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Estourou, neste final de semana, a notícia de que Cacau Show tem levado seus franqueados à falência.

Até poucos dias, a empresa de Alê Costa era perfeita, sonho de consumo de quem queria uma franquia. Hoje, é uma presença nociva no mercado de chocolates do Brasil.

Não tenho nenhuma prova de qual lado teria razão, a empresa ou os reclamantes, mas já me posto a favor da Cacau Show. Parece precipitado, mas vou me explicar.

Todas as reclamações que li são parte de qualquer alegação de franqueados que, por alguma razão, não deram certo. Excesso de lojas, taxas abusivas, produtos errados, tudo isso aparece como explicação, quando o lucro some. Independente do segmento.

O caso me lembra a briga judicial que 40 franqueados do McDonalds moveram contra a empresa, no início dos anos 2000. Na época, eram 122 empresários tocando 225 lojas. Um terço deles criou uma associação e foi à justiça alegar que o aluguel que pagavam era abusivo, e que o excesso de pontos era prejudicial. Demorou, mas o caso foi resolvido, com a saída de todos os reclamantes, que acabaram vendendo suas lojas. E hoje, 25 anos depois, a empresa quadruplicou seus pontos de vendas e estão "todos bem, obrigado".

Coincidentemente, os dois movimentos aconteceram após alguma crise. No caso do Méqui, depois da crise de 1999. Com a Cacau, após a pandemia. Em comum, os tempos difíceis fizeram desaparecer as vendas e o dinheiro. Aí, quem já tem ganho pouco em tempos de vacas gordas, passa a perder, quando as bovinas emagrecem. E, como diz o ditado, em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão.

Em favor dos reclamantes, a própria Cacau Show já vem dando entrevistas falando que está próxima ao limite máximo de franquias que poderiam ser abertas. Hoje são 4.661 das possíveis 5.500 que as cidades brasileiras comportariam. Mas ainda faltam quase mil...

Cada franqueado e a empresa querem o mesmo. Ganhar dinheiro vendendo chocolate. Mas o lucro não vem automaticamente. Dá trabalho. Não estou dizendo que não haja esforço, por parte dos reclamantes. Só que isso faz parte do negócio.

Cacau Show está quieta. Demais. Talvez esperando a marola passar. Só precisa se preocupar, pra que a crise não vire um tsunami...

 

Fonte da imagem: ChatGPT

02/06/2025
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