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"E o Reality Show pra imigrantes? O que você achou?"

18/05/2025
Postado por: Murilo Moreno

As perguntas vêm do meu amigo Wanir Souza e se referem à notícia de que o Departamento de Segurança Interna dos Isteites estaria pensando em fazer um programa desses pra colocar luz na questão da imigração. "Sei não...vou pensar..." respondi como um bom mineiro.

Pelo sim, pelo não, fui entender melhor o tema. A ideia do reality show não é nova. Já foi oferecida pro Obama e pro Biden. Agora caiu em solo fértil, até porque de reality show o Trump entende. Se vai acontecer ou não é outra coisa...

O show é simples: um programa em que 12 imigrantes ilegais realizam tarefas semanais relativas à história americana: Começa com todos chegando de navio a Nova York, aí vão caçar ouro em São Francisco, como no velho oeste, montar um carro em Detroit e até construir um foguete na hashtag#Nasa. No final, o ganhador recebe, em Washington, seu greencard e passa a ser um cidadão americano.

Não deu nem 24 horas do pedido do Wanir e um navio militar mexicano bate na ponte do Brooklin, em Nova York. Estranha coincidência. Será que já teria começado o reality? Mas como dizia o psicólogo Yung, coincidências não existem, e sim hashtag#Sincronicidade, um alinhamento das coisas.

Me chamou a atenção que o criador do novo programa é um canadense naturalizado americano. Ou seja, México de um lado, Canadá do outro, os países insistem em lembrar aos americanos que grande parte de seu sucesso vem de fora. Os Isteites, como o Brasil, foram feitos de estrangeiros que se mudaram à busca de um futuro melhor.

Celebrar a imigração é relembrar a todos que o imigrante ilegal tem os mesmos sonhos dos primeiros moradores, que construíram o império que o país virou. A diferença é que os filhos dos filhos dos filhos acreditam que o país nasceu pronto. E que ninguém mais tem o direito de ter o sonho americano.

Como já brincaram, ninguém sabe se o reality vai acontecer. Mas todo mundo já espera ouvir a frase "Você está deportado!" Só tem que esperar um pouco, porque o navio está no estaleiro...

 

Fonte da imagem: X

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Postado por: Murilo Moreno
Definitivamente, a propaganda migrou de forma.

Esqueça os 30 segundos da mídia paga que interrompe sua vida e dê boas-vindas aos vídeos que você assiste porque quer. Pelo menos é o que os novos comerciais da Vivo e Tim parecem nos dizer.

Sempre que acontecem essas coincidências de lançamento de produto ou campanha ao mesmo tempo, tenho a impressão de que os concorrentes sentam juntos pra combinar suas estratégias. "Que tal lançar uma campanha no meio de maio?" "Uhm... pode ser no finalzinho? Tava pensando em fazer um curta e não um comercial..." "Nossa! Que ideia boa. Também vou fazer..." "Fechado!"

Aí acontece o que rolou. Um dia a Tim lança uma campanha contando a vida do João Maia, um fotógrafo com deficiência visual que roda as Paralimpíadas cobrindo o evento (CLIQUE AQUI), na outra semana, a espanhola Vivo coloca no ar a websérie com a Denise Fraga falando sobre viver off line (CLIQUE AQUI). Não sei quem vai dar mais ibope do que quem. Mas apostaria na Vivo, devido a sua consistência.

A história do fotógrafo é interessante, mas é um pouco distante de quem assiste. É preciso interpretar que, assim como ele ultrapassou a deficiência, também "Você pode tudo", o novo hashtag#posicionamento da Tim. Já a Denise, no primeiro episódio da websérie é direta. "Larga o celular, olha pra mim, me abraça, fica aqui do meu ladinho, quietinho". O convite é mais um tijolinho da mensagem de se conectar com o que realmente importa, linha que a Vivo adotou no ano passado.

Assista os dois comerciais e chegue à sua conclusão. Mas, vamos concordar. Essa é mais uma fórmula que daqui a pouco vai estar batida. Já tivemos o momento dos vídeos virais, que corriam o mundo pois eram sacadinhas. Depois foi a vez dos manifestos emocionais, quando todas as grandes empresas faziam vídeos de fazer chorar e os lançavam no Youtube. Agora são os curta-metragem.

No fim, vence a empresa que sabe falar com a necessidade do hashtag#consumidor, através da comunicação. E de forma consistente. Pois comunicação eficaz é isso. Contar todos os dias, pra quem possa comprar seu produto ou serviço, a mesma história, independente do formato ou do local.

Isso, sim, separa as grandes empresas daquelas que vão ficar pelo caminho.

 

23/05/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Paro no sinal e recebo uma cópia do Estado de SPaulo.

Desde quando o Estadão virou o Metro? Será que é o único jeito dos jornais impressos continuarem existindo é serem grátis?

Olho a capa e logo entendo. É uma ação da farmacêutica Novo Nordisk. Como hoje é o Dia Nacional do Abraço (nem sabia que isso existia), a empresa aproveitou pra usar o gancho e fazer uma campanha contra diabetes.

Qual a ligação? Diabete, ataque do coração e barriga andam juntas. A gordura na cintura é sinal de que tem alguma coisa de errado. Aí, medir a circunferência do pneuzinho pode ser um jeito de diagnosticar a doença.

Gostei da ação. Simples e direta. E uma prova de como a criatividade funciona. Medir cintura não é novidade, mas ligar o Dia do Abraço à diabete? Achei genial. O mais legal é que pode até ser uma coisa banal entre médicos e farmacêuticos. Mas ai vem a empresa e transforma numa ação pra pegar todo mundo. E gasta um dinheiro pra dar jornal de graça no sinal.

Pensando bem, nem todo mundo vai querer um jornal impresso na esquina. Só gente mais velha, que acostumou a ler notícia em papel. Que, coincidentemente, são os que mais acumulam pneuzinhos na cintura. Não sei quem foi o planejador de mídia da ação, mas o tiro foi certeiro.

Desço do carro e uso a fita métrica em forma de abraço em mim mesmo. As mãos não se encontram. Já começo a ter vertigem, visão fica escura...será que estou tendo um ataque? Se era pra alertar as pessoas do perigo, a campanha já funcionou. Pelo menos para mim...

22/05/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Helena Fernandes Hilal, minha aluna da ESPM, mais antenada do que o professor, me pergunta...

Helena Fernandes Hilal, minha aluna da ESPM, mais antenada do que o professor, me pergunta: "Ei Prof! Você viu o que a Disney e a Formula Um anunciaram?" Bastou essa frase pro Bichinho de Marketing que vive dentro de mim acordar. Disney? Fórmula Um? Juntas? Vem coisa grande por aí.

Acontece que as duas não contaram muita coisa. Botaram um Mickey ao lado de um bólido todo decorado com o símbolo das orelhas do rato e disseram "Em 2026". As empresas não precisariam de um evento apenas pra dizer que têm relacionamento. A ESPN, que pertence ao rato, já transmite o campeonato nos Isteites. Mas só isso não significa que os fãs da Cinderela vão olhar pras corridas com bons olhos.

Desde que a Liberty Media comprou os direitos de realizar a Fórmula Um, em 2016, o evento acrescentou "show" às suas qualidades. Carros com pinturas especiais, novas cidades, corridas noturnas, tudo o que pode engrandecer cada prova tem sido feito. E, parece, tem surtido efeito. O número de fãs, principalmente entre jovens, cresceu 12% no último ano. E a idade média despencou de 36 para 32 anos.

Se por um lado a Liberty faz show, por outro a Disney é uma licenciadora. Colocar o nome dela em produtos para que fiquem mais atraentes é uma de suas maiores características. Só que a iniciativa parece ser mais do que somente um Licencing. Ela não faria esse barulho todo pra colocar alguns carrinhos de F1 pra serem vendidos com sua marca.

Temos que lembrar que uma corrida de rua em Orlando, dentro dos parques, poderia ajudar a lotar seus hotéis e atrações. Apostaria em setembro, mês fraco de movimento, pra ver os carros dentro do Magic Kingdom. E uma atração, junto com a Ferrari, ao estilo do parque de Dubai, poderia ser outra novidade. Tem jeito de ser bom pras duas.

De toda forma, vamos precisar segurar a ansiedade e esperar. As novidades devem ser apresentadas aos poucos, como tem sido o caso da Kit Kat, que estreiou nas pistas este ano. Só ficou a dúvida se, a partir do ano que vem, todos os capacetes deverão ter as orelhas do Mickey ou não...

 

Fonte da imagem: Montagem sobre foto de divulgação

21/05/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Coca Cola acaba de lançar um novo sabor de Sprite, nos Isteites.

Misturaram chá peto com o refrigerante de limão e estão colocando no mercado como série limitada. Até aí, nada de mais, a empresa vive fazendo isso, lançando novidades. Mas esse é o primeiro refri que vem de um post de Tik Tok e isso muda a história.

No final de 2023, um creator da Malásia, Hisham Haus, postou um vídeo mostrando sua invenção: colocar saquinhos de chá numa garrafa de Sprite, deixar alguns minutos e, depois, servir num copo com gelo e limão. 17 milhões de views depois, a idéia virou uma febre. Numa dessas obras do destino, um projeto interno da Coca, tocado por estagiários, buscava tendências nas redes sociais para novos produtos e bum! Trombaram na novidade.

Não deu nem um ano e a nova versão chega nos pontos de vendas. Tempo certo pra consolidar Sprite como o terceiro refrigerante mais vendido do país. O importante não é sua posição, mas saber que ele acaba de passar a Pepsi que, um dia, chegou a ultrapassar Coca como o preferidinho da América. Era uma época que ele representava a escolha da "Nova Geração" e que forçou a concorrente até a tentar mudar de fórmula.

O que acho engraçado nessa história toda é que o que fez Pepsi um dia ser forte é exatamente o que trouxe Sprite Tea à vida: estar atento aos desejos dos novos consumidores. Pepsi falava com o jovem, naquela época, na linguagem do jovem, daquela época. Sprite reflete a geração Tik Tok, na velocidade da rede social, e isso faz o sucesso da marca.

No final, isso tudo me faz pensar pra onde andará o marketing cada vez mais. Sempre foi uma questão de atender o cliente, mas nunca uma ferramenta de pesquisa tão poderosa esteve à disposição das empresas. Coca não olhou pras Redes como uma distração, um problema. E, sim, como fonte de informação.

Será que estamos usando essas ideias que estão por ai? Ou estamos deixando passar e serem usadas pelos concorrentes?

 

Fonte da imagem: Divulgação

20/05/2025
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