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Ruim o título, não é?

09/05/2025
Postado por: Murilo Moreno

Falar de morte no dia em que o novo papa foi escolhido é meio estranho, mas não quis deixar de levantar a questão do que esse cargo significa, quando a gente pensa nas escolhas mundanas das nossas empresas.

O Papa Leão 14 tem 69 anos, num mundo que sempre teve uma queda pela juventude e que reclama quando as leis mudam, aumentando a idade para se aposentar. Vai entrar numa rotina de viagens e trabalho intenso, exatamente quando a maioria de nós está falando em diminuir o ritmo. Vai gerir uma das maiores empresas do mundo, sem que o "Conselho" fique preocupado em quanto tempo lhe resta na função. Essa, pra mim, é a principal lição que vi na escolha do Robert Prevost.

A Igreja Católica, se fosse uma corporação, seria talvez a de maior sucesso no mundo. Tem mais de 2 mil anos, "emprega" mais de 450 mil pessoas (mais do que o McDonalds), e está presente em todos os países do mundo. Sua sede, o Vaticano por turistas, é mais visitado do que todo o Brasil. E seu faturamento bate a casa de bilhões de reais. Essa é a empresa que o novo papa vai presidir.

Se fosse na sua empresa, como você escolheria seu próximo presidente? Como a escolha de um papa, que é pra sempre, até que a morte "os separe"? Ou como uma chance de acertar que, se não der certo, é só mandar embora e buscar um substituto?

Você está sempre buscando um talento fora da sua empresa, ou treina e desenvolve seus próprios talentos? Quando perde um funcionário chave, decide sozinho o substituto? Ou toma uma decisão colegiada?

Ninguém questiona os processos de escolha da Igreja. Até porque eles são parte do sucesso da Instituição. A cultura empresarial da religião católica vai contra tantas verdades do mundo corporativo que a gente deveria ter a humildade de tentar copiar seu modelo de negócio.

Bem-vindo, novo presidente!

 

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Postado por: Murilo Moreno
24 horas pra ir de Vancouver até Orlando.

Seriam oito, dez, não fosse um atraso no voo e a perda da conexão. Com isso ficou clara a diferença entre o atendimento correto e atencioso dos canadenses, versus o profissional (mas frio) dos americanos.

Já nos Isteites, um dia de compras no Outlet, antes de enfrentar os parques. Coisa de brasileiro, essa de ir às compras desesperadamente, quando em território americano. Mas o bichinho de marketing que vive dentro de mim adorou a oportunidade. Será que é mais barato? E o dólar a quase seis, será que vale a pena?

Minha maior curiosidade é entender de onde vem tanta mercadoria que é vendida nesses templos de perdição. Não dá pra acreditar que marcas boas errem tanto assim no planejamento de compras, a ponto de sobrar produto pra lotar suas imensas lojas. Pior ainda pensar que seriam peças com alguns pequenos defeitos. É assumir que a qualidade de produção, mesmo de marcas de luxo, é péssima.

Entro na Hugo Boss e pergunto pra um gerente qual a mágica.

- Simples. Por exemplo, o preço pra comprar um modelo específico de camisa pra nossas lojas é 100 dólares cada, se forem encomendadas 10 mil peças. Se forem 100 mil peças, o preço unitário cai pela metade. Aí, entram os outlets. Dá pra enviar as primeiras 10 mil pras lojas nobres. E, depois, as demais a gente ainda vende ganhando dinheiro. Fora que a gente atende os fãs que não teriam como comprar nossa marca.

Interessante o raciocínio. Considerando que a Boss tem 305 lojas nos Isteites, das quais 100 em outlets, o ganho seria imenso. O bichinho já ficou um pouco mais tranquilo.

Mas o que me impressiona mais é o paralelo entre atacarejo e Outlet que aparece na minha mente. Os dois formatos me parecem a mesma solução aplicada: Como trazer um modelo novo de comercialização que permita atrair o consumidor ávido por preço baixo? Os hipermercados viraram atacado que evoluíram para atacarejos. As lojas de marca transformaram-se em outlets. Pra evitar custos altos, os dois começaram em lugares fora das cidades. O preço é menor, mas o consumidor precisa ir atrás. E os dois acabam atraindo os concorrentes e, com isso, todo mundo acaba gerando um novo patamar de preços, mais baixo.

Talvez a compra online mate esses dois modelos, com o tempo. Até porque a ideia é igual: vender o mesmo, por um custo menor. Mas enquanto houver parques em Orlando e brasileiros, a existência dos outlets está garantida...

 

15/07/2025
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Postado por: Tai Kawasaki
O primeiro semestre de 2025 foi de acordo com as previsões.

O mercado previa um crescimento de 5% e foi o que aconteceu.

Alguns destaques no mercado de eletrificados. A BYD continuou a crescer com +45% em comparação com o mesmo período de 2024. A GWM também cresceu +20%.

Na BYD, a maior contribuição foi de carros híbridos com +135%, sendo que os elétricos (BEVs) cresceram somente +4%. Lembro que 84% da venda de elétricos (BEVs) está concentrada em Dolphin e Mini Dolphin. Comprovando a tendência de uso urbano dos carros elétricos ou como o segundo carro da família.

O maior crescimento, tanto da BYD quanto da GWM, nos híbridos reforça a minha teoria de que os carros híbridos ainda prevalecerão em relação aos puramente elétricos.

A estratégia de praticamente todas as montadoras está direcionada ao reforço da tecnologia híbrida, seja ela HEV ou PHEV.

O segundo semestre tende a ser desafiador, com a taxa selic a 15% a.a., o mercado sentiu os fortes ventos contra e já lançou o programa de incentivos IPI verde. Pode ser que esse incentivo ajude as marcas nacionais nesse período.
Vamos acompanhar...

14/07/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Uma coisa curiosa sobre o Canadá é que você não vê ninguém fumando nas ruas, mas sente o tempo todo o cheiro de maconha.

Aqui, dar um tapa é permitido desde 2017. O país foi o segundo a legalizar o consumo para recreação, cinco anos após o Uruguai, e antes de qualquer outro do Primeiro Mundo.

É impossível andar no centro e não cruzar com uma das lojas. Em Vancouver, a maior parte é privativa, mas existem estados em que todas são do governo. A sensação que se tem é que sempre tem alguém chapado por perto, pelo tanto que se cheira pelas ruas.

O bichinho do marketing que mora dentro de mim, mesmo ativo, custou a entender que a preferência é pelo uso do vape, aquele cigarro eletrônico. Não se vê fumaça no ar. Aliás, não se vê cigarro de nicotina em lugar nenhum. Na contramão, esse tipo de fumo tem sofrido cada vez mais restrições, desde as mensagens de que fumar faz mal, até ser proibido expor o produto no varejo.

Hoje, é mais fácil passar por um usuário de cannabis do que de nicotina. 17% dos canadenses fumam a erva do Bob Marley contra 11% dos que preferem o fomato tradicional e os 6% que gostam da versão eletrônica do mundo de Marlboro. Apesar do empate técnico, os formatos tradicionais faturam mais, pois são mais caros. A maconha democratiza o prazer!

Considerando que nicotina já foi usada como remédio e depois demonizada, é interessante ver a maconha fazendo o caminho contrário. Parto hoje do Canadá com a certeza de que a vida é um pêndulo.

12/07/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Meu amigo Wanir Souza me faz uma pergunta interessante.

Meu amigo Wanir Souza me faz uma pergunta interessante: O que acontecerá com o consumo de café e hambúrguer nos Isteites? Isso porque 33% do pó que eles consumem é brasileiro e 100% da carne que exportamos pro país do Trump é usado nas carnes dos sanduíches de lá. A resposta é super simples: O preço vai aumentar. Vem inflação por aí, e o americano médio vai pagar a conta.

O pó de café, no médio prazo, pode ser substituído. Tem Colômbia, Vietnam, no mínimo, pra mandar grãos pros americanos. Mas a qualidade do cafezinho vai cair. Já a carne é mais difícil de ser substituída. Produzir nos EUA é aumentar muito o custo, pois chega a ser duas vezes mais caro, fora as possíveis reclamações relacionadas ao meio ambiente.

Donald Trump pode ser tudo, menos bobo. Ele e seus assessores sabem das consequências, no curto prazo, de suas ações. Mas estão apostando nas mudanças, no longo prazo. Todas elas pretendem trazer um “equilíbrio” econômico. O argumento é que todos os países criam tarifas contra os produtos americanos e que eles não revidam. No fundo, o que pretendem é reconstruir a indústria local. Com a automação, talvez isso até seja possível.

O mundo não vai assistir passivo. O que vai gerar novas alianças e várias batalhas comerciais. No médio prazo, devem haver dois ganhadores: os americanos e os asiáticos. Canadá e México devem rapidamente alinhar com Trump. As exportações deles pro vizinho brigão gira em torno de 80%. Sem acordo, devem sofrer muito. E América Central e do Sul devem se beneficiar desses acordos.

Os Asiáticos devem se unir principalmente pela proximidade. China pode ser a líder desse segundo bloco, devido a sua importância econômica. Rússia e Índia poderiam seguir junto. A questão é Japão e Coreia do Sul, países americanizados nas suas economias.

O grande perdedor nessa luta toda seria a Europa. Desde o hashtag#Brexit, quando Inglaterra saiu do Mercado Comum Europeu, ficou claro que o alinhamento entre os países não é tão grande. E a reação não tem sido em grupo. Já tem empresa alemã paquerando o Trump e prometendo transformar seus produtos em “Made in USA”. São muitos interesses diferentes…

No final, o que estamos assistindo é a história acontecendo. Para o bem e para o mal.

 

 

Fonte da imagem: Instagram Donald Trump

11/07/2025
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