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Se você gosta de marketing, assim como eu, não pode perder as próximas aulas ao vivo que os bancos brasileiros irão dar.

27/02/2025
Postado por: Murilo Moreno

A primeira delas foi ontem, quando o Bradesco estreiou seu novo comercial com Selton Mello como garoto propaganda.

"Garoto propaganda não! Cliente Propaganda, outro patamar..." O ator mata a cobra e mostra o pau. "Desde 1985. Agência Santa Clara, Copacabana". São 40 anos de relacionamento. Ele não está ali só pelo cachê, pois se não estivesse satisfeito teria fechado a conta.

O comercial é espetacular (CLIQUE AQUI). Um quarto de hotel e um simples celular gravando, certo? Errado. Nada mais falso do que pensar isso. A iluminação é perfeita, mesmo com uma janela ensolarada atrás dele. Era pra tudo estar escuro, não é? Pega seu celular de poucos reais e tenta gravar contra a luz pra você ver... Outro detalhe é o som. Longe, baixinho, como se fosse o microfone do smartphone, láááá longe. E quando é pra dar destaque em algo, o ator se aproxima da câmera e sussurra. No final, a marca e a assinatura surgem sozinhas, imponentes contra um fundo vermelho, dando peso pra elas.

Por que esse formato é tão bom? Porque, além de ser barato e fácil de fazer, dá uma agilidade pro banco pra gravar com o ator em qualquer lugar do mundo. Só pegar um cantinho, uma câmera e pronto! Além de abrir espaço para outros tantos clientes propaganda, aqueles que hoje a gente chama de influencers, de serem estrelas em seus próprios comerciais.

Os três bancos tradicionais das Terras Brasilis estão com novos diretores de marketing. A Juliana Cury está aquecendo as chuteiras pra assumir, no Itaú, o lugar que foi do Eduardo Tracanella. Ela vai voltar pro banco, depois de um passeio pelo Burger King e pelo Santander. Só está esperando terminar o período de "Non compete" que o antigo patrão tem com ela. Enquanto o lugar dela não é ocupado no banco espanhol , o diretor Felipe Nogueira contrata o show da Lady Gaga. E, no Bradesco, a Nathalia Garcia, com menos de dois anos no cargo, começa a mostrar pra o que veio.

Ela tem o desafio mais difícil. Bradesco já foi o maior banco do país e se perdeu no meio desses anos tentando voltar ao olimpo. Mas começou bem.

Agora é assistir as próximas aulas. E aprender com eles como se faz propaganda de primeiro mundo.

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Postado por: Murilo Moreno
Bella me perguntou se eu vou continuar assim, sempre, escrevendo no LinkedIn.

Ela me vê diariamente pulando cedo da cama, já cheio de ideias do que escrever. Antes mesmo que eu respondesse, o número de meus seguidores bateu 60 mil. E acho que essa é a resposta.

Quem me segue há mais tempo, sabe que comecei a escrever nas redes sociais por causa do meu antigo sonho de publicar um livro. Sem saber como fazer, resolvi treinar um pouco todos os dias, para perder o medo da página em branco. Pra isso, passei a escrever aqui, diariamente.

E descobri o prazer de compartilhar minha visão do mundo, lendo os comentários que recebo nos meus posts. Adoro cada um, pois me fazem sentir vivo. Visões complementares ou até divergentes dos meus pontos de vista, pois me dão novas perspectivas do mundo, novos olhares.

Esse post é para agradecer você, que me segue. Como é impossível fazer isso pessoalmente, sinta-se abraçado. E aproveite e comente sobre o que gostaria que eu escrevesse.

Como sempre, vou sortear meu livro Inquietos por Natureza entre os que comentarem. Serão seis. Uma forma de retribuir o tempo que vocês dedicam a mim e ao bichinho de marketing que vive dentro de mim.

 

07/08/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Em dezembro, Amazon lançou, junto com a Hyundai, a venda de carros zero dentro do seu marketplace.

A grande novidade permitia ao comprador fazer tudo na internet e só ir pegar seu novo bólido na concessionária. Apesar da empresa não divulgar números, a iniciativa deve ter dado certo, pois se espalhou rapidamente por mais de 130 cidades dos Isteites.

Esse é um fato engraçado. Geraram um enorme barulho pra fazer algo que a gente já viu por aqui, em Terra Brasilis, com a GWM e o Mercado Livre. Apesar de igual, as duas iniciativas são completamente diferentes. Amazon foi um pouquinho à frente, quando realmente incluiu todo o financiamento a jornada. Você coloca seu veículo no carrinho de compras, aperta o botão de finalizar e vai buscá-lo no mesmo dia.

Agora, ela dá mais um passo para se tornar a maior revenda on-line do mercado automotivo. A partir deste mês, o consumidor passa a poder comprar também carros usados na plataforma. A grande reclamação dos compradores, de não achar outras marcas, está meio que resolvida. Todas irão ser ofertadas, só que com alguns quilômetros de vida. O único porém é que, por enquanto, somente os moradores de Los Angeles terão esse privilégio.

Parece simples o processo, mas não é. Sites de divulgação de carros, novos e usados, como Webmotors, Icarros e Olx, existem aos montes. Eles mataram, inclusive, os jornais impressos, ao roubarem o dinheiro dos classificados de veículos. Só que, no fundo, repetem a mesma fórmula. São divulgadores passivos dos estoques das concessionárias. O sucesso de vendas de um não está ligado ao sucesso da outra.

Amazon muda isso, pois ganha com a venda. Portanto, seu processo de convencimento tende a ser mais profundo, à medida em que for entendendo o comportamento do seu hashtag#consumidor. E pelo volume de informação que ela coleta de casda um de nós, vai poder ofertar aquele carro vinho com filetes dourados pra pessoa certa.

Essa é uma mudança importante, que vem acontecendo em doses homeopáticas. Ano que vem, a exclusividade da Hyundai deixa de existir. Com todos os modelos à disposição, aí, sim, será difícil resistir às ofertas de Jeff Bezos.

 

05/08/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Quem consegue mais seguidores nas redes sociais?

Pessoas de carne e osso, ou personagens de ficção?

A atriz Bella Campos conquistou 10 milhões, no Instagram, desde 2016. Sua personagem na novela Vale Tudo, Maria de Fátima, abriu 15 dias atrás seu perfil e já ultrapassou 600 mil. Agora, as duas vão conviver nas redes, nem que seja durante a duração do folhetim.

Essa é a nova arma da Rede Globo, trazer para a vida real os personagens de suas novelas. E, com isso, faturar mais. Maria de Fátima é uma influencer no ramake. E isso permite a inclusão de merchandising nos capítulos, sem parecer alguma coisa forçada.

Parece que alguém pensou: por que não ampliar isso? E rapidamente o perfil foi criado. Melhor. Unilever aproveitou a deixa e lançou uma promoção com a influencer e usou também a mãe de mentirinha dela. Taís Araújo, que já era contratada pelo amaciante Comfort, virou garota propaganda na vida real. Seja verdade ou ficção, a marca cercou sua consumidora por todos os lados.

Essa é a nova comunicação. Do mesmo jeito que o consumidor está virando omnichannel, comprando on e off, sem barreiras, a propaganda está fundindo o mundo real com a ficção. O que gera um problema: quem na verdade dá o aval aos produtos anunciados? A atriz ou a personagem?

Ter atores como garotos-propaganda sempre foi um risco. Problemas de comportamento na vida pessoal podem, em algum momento, afetar as marcas. Estamos cercados de exemplos. Os brand personas, como a Lú, do Magalu, resolvem isso, já que são totalmente controláveis. Esse novo tipo que surge, com a mistura dos dois universos, une o bom e o ruim de ambos os mundos.

Maria de Fátima ganhou seu cachê. Mas tem que correr, se quer ficar rica fazendo merchan. A novela acaba em outubro, quando saberemos quem vai matar Odete Roitman desta vez. Depois disso, o perfil deve deixar de existir.

Ainda mais se a assassina for a mais nova influencer do mercado...

 

04/08/2025
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Postado por: Murilo Moreno
O que você faria com R$ 205 mil reais para acomodar sua família de 7 pessoas?

Compraria um Jeep Comander? Ou se hospedaria por 15 dias em Belém, durante a COP30? Pois esse é o preço da acomodação mais cara no site que o governo colocou no ar para diminuir os problemas que o evento causou.

Faltando pouco menos de 100 dias para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas a crise está instaurada. Vinte e nove delegações dos 190 países esperados pediram a mudança da sede do evento, devido aos preços dos hotéis. O presidente mandou o Ministro do Turismo tomar conta pessoalmente da questão. E as noticias sobre aos valores abusivos têm se multiplicado.

Pesquisei no booking e encontrei um hotel que cobra, pelos 10 dias do evento, 35 mil reais. Se eu viajasse hoje, esse mesmo período me custaria 5 mil reais. Entrei no site de hospedagens oficial do evento (cop30.bnetwork.com) e descobri, além do exemplo já dado, que o menor valor de diária é 410 dólares. Só que não existe reserva para menos de 15 dias. E a ajuda de custo que a ONU dá às delegações, U$ 197 por dia, não chega à metade do valor.

A sensação que tive é que os moradores de Belém estão colocando suas casas à disposição, pois com os valores a serem cobrados vale umas férias de 15 dias fora da cidade. Interessante é perceber que, em 2023, quando a cidade foi anunciada como sede do evento, já se sabia da falta de leitos. De acordo com a própria COP30, existem 36 mil em toda a região, para uma demanda de 50 mil.

O problema não é novo, nem acontece somente no Brasil. Com o aumento da demanda devido a eventos ou catástrofes, os preços tendem a disparar. Na nossa Copa do Mundo e Olimpíadas, isso aconteceu. Quando houve o furacão Katrina, o governo americano teve de intervir, pois o preço da água disparou. E a própria COP sabe que as cidades-sede normalmente têm o preço de hospedagem multiplicado por três. Mas o valor subiu em até 15 vezes, o que é uma situação nova até para ela.

Tudo isso pra dizer que essa era uma crise anunciada. E em nossa vida, como em nossas empresas, analisar os riscos e as crises faz parte de um bom planejamento. Faltou um pouco mais de atenção aos detalhes.

Agora é correr para apagar o incêndio.

 

03/08/2025
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