A primeira delas foi ontem, quando o Bradesco estreiou seu novo comercial com Selton Mello como garoto propaganda.
"Garoto propaganda não! Cliente Propaganda, outro patamar..." O ator mata a cobra e mostra o pau. "Desde 1985. Agência Santa Clara, Copacabana". São 40 anos de relacionamento. Ele não está ali só pelo cachê, pois se não estivesse satisfeito teria fechado a conta.
O comercial é espetacular (CLIQUE AQUI). Um quarto de hotel e um simples celular gravando, certo? Errado. Nada mais falso do que pensar isso. A iluminação é perfeita, mesmo com uma janela ensolarada atrás dele. Era pra tudo estar escuro, não é? Pega seu celular de poucos reais e tenta gravar contra a luz pra você ver... Outro detalhe é o som. Longe, baixinho, como se fosse o microfone do smartphone, láááá longe. E quando é pra dar destaque em algo, o ator se aproxima da câmera e sussurra. No final, a marca e a assinatura surgem sozinhas, imponentes contra um fundo vermelho, dando peso pra elas.
Por que esse formato é tão bom? Porque, além de ser barato e fácil de fazer, dá uma agilidade pro banco pra gravar com o ator em qualquer lugar do mundo. Só pegar um cantinho, uma câmera e pronto! Além de abrir espaço para outros tantos clientes propaganda, aqueles que hoje a gente chama de influencers, de serem estrelas em seus próprios comerciais.
Os três bancos tradicionais das Terras Brasilis estão com novos diretores de marketing. A Juliana Cury está aquecendo as chuteiras pra assumir, no Itaú, o lugar que foi do Eduardo Tracanella. Ela vai voltar pro banco, depois de um passeio pelo Burger King e pelo Santander. Só está esperando terminar o período de "Non compete" que o antigo patrão tem com ela. Enquanto o lugar dela não é ocupado no banco espanhol , o diretor Felipe Nogueira contrata o show da Lady Gaga. E, no Bradesco, a Nathalia Garcia, com menos de dois anos no cargo, começa a mostrar pra o que veio.
Ela tem o desafio mais difícil. Bradesco já foi o maior banco do país e se perdeu no meio desses anos tentando voltar ao olimpo. Mas começou bem.
Agora é assistir as próximas aulas. E aprender com eles como se faz propaganda de primeiro mundo.
Seus carros eram considerados frágeis e complicados. Tanto que a empresa era a quarta entre as quatro no mercado brasileiro.
Lembro-me de um anúncio do Prêmio, o sedan baseado no Uno, que dizia "Mudamos mais de mil itens no novo modelo ano 1995..." e que eu pensava: Este é um anúncio aprovado por engenheiros, pois quem não gosta da Fiat vai pensar "Mudaram tanto e continuam ruins igual antes". Na minha cabeça mudar não significa, obrigatoriamente, melhorar. Ainda mais quando se tem uma visão prévia rondando na área.
Mas preconceito é tema pra outro post. Aqui quero falar de qualidade. No vídeo, discuto o que o conceito significa, pois é muito comum a gente confundir a qualidade técnica com a percepção de qualidade.
O que quero dizer? Existem critérios mensuráveis para se afirmar se um produto tem ou não qualidade. Mas o que pesa mesmo, no dia a dia, é nossa expectativa versus realidade. Você não compra um tênis de corrida e pensa: "Vou conseguir dar 23.475 passos com ele. Meu tempo vai reduzir em 0,25 segundos no treino no Ibirapuera..." Lógico que tem alguns tarados que sim, mas, no geral, a gente busca conforto para os pés.
Então, qualidade não existe? Para uma complexa pergunta, só mesmo fatiando o elefante. E é disso que o vídeo fala. Assista e me dê sua opinião. E se quiser mais, acesse meu canal no Youtube (CLIQUE AQUI). Lá você encontra esse e outras centenas de vídeos sobre temas voltados para o marketing e o comportamento do consumidor.
Só uma coisa tenho certeza: todos são de ótima qualidade...
Sabe? Aqueles que chegam na garagem e têm coleção de carros que a maior parte de nós só conhece de ouvir falar.
Pensa no Elon Musk. Ele acorda e faz o quê? Qual a marca do celular dele? Por acaso, o aparelho fica sem bateria e ele tem que ficar carregando power bank por aí? Enfrenta fila na imigração no aeroporto de Miami?
Pois a Visa acabou de anunciar mais uma versão de cartão de crédito que é uma ponte pra entender esses poucos privilegiados: o Visa Infinite Privilege.
Não vai ser o cartão do Musk, pois ainda não foi lançado nos Isteites, mas já uma pequena ideia de qual tipo de mimo é necessário pra agradar a “zelite” do mundo. Entre os benefícios anunciados, tem até uma viagem de helicóptero pro aeroporto de Guarulhos, “de grátis”. Fora a sala VIP da VIP.
O cartão foi anunciado, XP, Unicred e Itaú já disseram que vão emitir o plástico pros seus clientes, só que isso acontece somente no terceiro trimestre do ano. O rico ansioso vai ter que esperar. Aliás, isso ele já está acostumado. Ferrari não tem pra pronta entrega. Ponto pro Renault Kwid!
O novo plástico não é de plástico, mas de metal. Tem que diferenciar o dono, quando sai da carteira. Só que a pergunta que fiquei me fazendo é sobre quem ainda usa cartão físico. Pior: será que na porta da Sala VIP a recepcionista só vai deixar entrar se mostrar o cartão? Ou se eu chegar lá e disse que sou o Luciano Huck ela vai acreditar?
São só 200 mil brasileiros o público alvo do novo cartão. Todos com investimento de, no mínimo, R$ 35 milhões. Ou salário de R$ 350 mil. E só ganha o cartão quem for convidado. Portanto, se você receber e-mail lhe oferecendo o Infinite Privilege, nem responda. É golpe!
Vou montar barraca na porta da Sala VIP de Guarulhos. Quem sabe não mato um pouquinho da minha curiosidade...
Fonte da imagem: Visa
Quer dizer, o problema já existia, mas a empresa foi a primeira a colocar o dedo na ferida aqui em Terra Brasilis. Agora, de uma vez só, Heineken e Coca Cola lançam comerciais, nos Isteites, sobre essa ideia de deixar o mundo digital de lado e curtir o mundo real.
A tendência, que apareceu lentamente, agora é tão clara que as marcas resolveram se apropriar para falar com a Geração Z. Os jovens têm buscado soluções offline, quase que saudando um tempo que não viveram. Sabe aquela câmera digital que você tinha, que precisa descarregar o cartão, e que a qualidade das fotos era terrível? Na mão deles virou moda.
O que parece que está acontecendo é a valorização dos momentos de descompressão. A Geração Z não está buscando viver desconectado mas, sim, um tempo desligado de tudo, pra curtir o momento.
A grande diferença entre as três campanhas é o tom com o qual abordam o tema:
- A Vivo (CLIQUE AQUI) olha sob o ponto de vista doentio que a dependência do online pode significar.
- A Heineken (CLIQUE AQUI) faz do tema um humor distópico, aquele em que o futuro é sombrio, com a cerveja e os momento que ela proporciona como solução.
- E a Coca (CLIQUE AQUI) cria quase que uma metalinguagem (ela falando dela mesmo), colocando as jovens num comercial de... Coca. É quase um resgate ao slogan original, "A pausa que refresca".
De todo jeito, o que a gente vê é o início de um tema que deve virar batido, com mais e mais anunciantes criando suas versões do "Esqueça o celular, a vida online. E se conecte com o real".
Mas o que é a publicidade, se não viver em cima da onda?
Fonte das imagens: comerciais dos anunciantes
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