Se você gosta de jogar no cassino, mas não tem tempo de viajar para um país em que isso seja legalizado, sugiro que entre no mercado de comercialização de energia elétrica. As emoções são muito parecidas, pois os riscos de perdas e ganhos são enormes.
Nesta semana, a Gold, uma empresa que compra e vende eletricidade, seguiu os mesmos passos do supermercado St. Marche e entrou com medida cautelar pra não ter que pagar suas dívidas enquanto negocia com os credores. O próximo passo a gente já conhece: depois da Recuperação Extrajudicial, virá a fórmula mágica preferida por 10 entre 10 empresas enroladas com pagamentos, a recuperação judicial.
A Gold trabalha num dos mercados mais complexos que conheço. Depois dos apagões dos anos 1990, na era FHC, a lei do setor mudou, criando três entidades diferentes. A primeira produz energia, ou seja, é dona das usinas, desde hidroelétricas até aqueles imensos cataventos eólicos. A segunda, transporta a energia, das usinas até as cidades. São aquelas torres e cabos que vemos por todos os lados, nas estradas. E a terceira distribuiu para as casas e empresas, as donas dos postes e que a gente xinga quando acaba a luz.
A nova lei permite que empresas, grandes consumidoras, comprem a energia de uma usina do Pará, mesmo que o consumo seja feito em Pernambuco ou em Santa Catarina. Como forma de evitar que a eletricidade fique atravessando o país todo, todos que comercializam fazem compensação entre si. "Olha, tenho um cliente aí em Porto Alegre e você tem um aqui em Fortaleza. Você entrega ai pro meu cliente, eu entrego aqui pro seu e depois a gente compensa a diferença, ok?"
Não satisfeito, ainda existem empresas que compram e vendem o excesso diário de energia. São intermediárias que ganham se compram barato e têm clientes que pagam mais caro. Aqui entra a Gold. Elas negociam diariamente com quem produz. Só que o preço varia, também, todos os dias. A empresa vende, hoje, por um, pois o preço no mercado está 0,95, e quando vai entregar, o preço subiu pra 1,05. De ganhar muito dinheiro, se endivida toda, já que tem a obrigação de entregar.
No final do ano passado, as comercializadoras apostaram na queda do preço. Erraram e compraram mal, pois faltou chuva e os preços subiram. Depois, apostaram que o preço continuaria alto, erraram de novo. Vieram as chuvas e os preços despencaram. Em poucos meses, a Gold acumulou R$ 189 milhões em dívidas. Agora, só pedindo um tempo, que nem criança faz em brincadeira de pega-pega, pra evitar ficar sem dinheiro nem pra pagar o cafezinho.
Recuperação Judicial está ficando mais comum do que bala perdida no Rio. O problema é que, se por um lado é uma nova chance pra empresa se reorganizar, por outro gera um custo a mais pro consumidor. Ou você pensa que esses descontos nas dívidas são pagos por outra pessoa que não seja você?
Um sucesso sempre desencadeia uma avalanche de modelos no mesmo estilo para tirar um pedacinho das vendas do concorrente. E depois do ciclo de SUV's parece que o próximo é a das Pickups médias-compactas.
Quem inventou o segmento foi a Fiat Toro, em 2016. Quer dizer... foi a Renault Oroch, em 2015... Não. Foi a Toro, pois olhando os números de vendas dá pra ver que foi ela quem realmente criou um espaço entre as pequenas, como a Strada, e as médias, como a Toyota Hilux. Tanto que dominou o mercado. Nem a Ford Maverick conseguiu arranhar sua liderança.
Como construir um carro do início ao fim precisa de alguns anos, a reação das montadoras demora. Só que, nos próximos dois anos, o que não falta é lançamento.
Primeiro, chega a Volkswagen Tarok, prometida desde o último Salão do Automóvel, em 2018. Quase dez anos para ser lançada. É muito tempo, até mesmo no mercado automotivo. O que mostra que a marca alemã tinha muito problema pra resolver internamente antes de se aventurar em novos caminhos. Depois chega a Renault Niagara, que foi mostrada como protótipo no ano passado, no lançamento do Kardian. As duas vão ter que lutar com a falta de tradição no mercado. Tanto a Oroch, quanto a Amarok, são modelos que não têm vendas expressivas. Mal incomodam as líderes.
Aí vem, em 2027, a real ameaça ao reinado da Toro: a nova Toyota. Já tem gente chamando de Stout e, mais interessante, tem fotos de divulgação da montadora pra tudo quanto é lado. Considerando que a empresa lidera, com folga, o segmento, o peso da marca deve ajudar o modelo a decolar rapidamente.
Chevrolet e Hyundai ainda demoram a entrar na dança. O casamento deles é recente, tem pouco mais de um mês, mas pode resultar numa nova Montana, um pouquinho crescida, e na chegada da Santa Cruz ao mercado brasileiro.
Com toda eesa movimentação, a pergunta que fica é o que a Fiat irá fazer pra não perder a liderança.
Se fosse você? O que faria?
Depois de ter feito um jogo em São Paulo, e anunciado mais um para este ano, a liga do esporte americano acaba de fechar com a emissora carioca a transmissão do seu campeonato.
Nada está muito claro ainda, pois a notícia foi um furo de reportagem do Estado de SPaulo. Se os rumores se concretizarem, estaremos vendo o resultado claro da estratégia da NFL em expandir seus garras para fora dos Isteites. Além do Brasil, jogos internacionais dos times americanos já acontecem na Inglaterra, Alemanha e México. Parece que, depois de se consolidar nas terras do Presidente do cabelo de fogo, a Liga pretende crescer e se tornar mundial, a partir de países onde o público já está se formando.
Do outro lado, esse movimento da Rede Globo, que deve transmitir parte dos jogos pela TV aberta e parte pela suas emissoras de cabo ou de streaming, demonstra que a audiência e o interesse pelo futebol americano está realmente se popularizando. É bem provável que a NFL esteja agindo como a Fórmula1, ou seja, aceitando receber menos pelos direitos de transmissão enquanto aposta no poder da Globo de alavancar seus produtos.
O mais importante é perceber como o futebol americano e o tradicional futebol brasileiro estão andando em direções contrárias em Terra Brasilis. Enquanto as transmissões do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil deixaram de ser exclusividade da TV Globo, a NFL faz o caminho inverso. Bem provável que o Super Bowl ainda seja transmitido pela Rede TV!, histórico companheiro do evento. Mas, se as audiências realmente corresponderem aos planos, é bem provável que a Globo exija exclusividade.
De toda forma, estamos tendo uma aula de estratégia ao vivo, com a NFL crescendo aos poucos no Brasil e passando a ser mais comentada nos bares de nossas cidades. Se antigamente o quarterback Tony Brady era somente o marido de Gisele Bündchen, agora diversos outros jogadores começam, aos poucos, se tornarem figurinhas carimbados entre os brasileiros.
Vai chegar um tempo em que as jogadas do Patrick Mahomes vão ser mais comentadas do que as do Neymar...É esperar para ver...
Tive o prazer de participar do Papo de Garagem, do meu amigo Ricardo Bacellar, MSc, MBA, dando a minha visão do que deve acontecer no mercado, considerando as mudanças causadas pela chegada dos carros elétricos, das importações chinesas, das barreiras tarifárias. O programa já é um sucesso, tendo ultrapassado os 2 milhões de views no Youtube.
Não foi fácil, pois o Bacellar, depois de mais de 20 anos de KPMG, virou um dos maiores especialistas no mercado e suas perguntas são sempre muito profundas. Analisar o mercado atual é um desafio, devido a todas as mudanças que estão ocorrendo.
Além da minha participação, você terá uma avaliação dos resultados de julho, com feras como o Milad Kalume Neto, Enilson Espínola Sales, da Fenauto, Paulo Miguel Jr, da ABLA - Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis e o Ricardo Bastos, da ABVE.
Os maiores percentuais de crescimento foram registrados pela BYD, que avançou +48,8%, seguida da Mercedes (+34,8%) e da Mitsubishi (+26,6%).
Nos últimos dias, a hashtag#Pesquisa da hashtag#Fenabrave sobre a ‘Voz do Concessionário’ foi divulgada
Nessa pesquisa, a hashtag#BYD ficou entre as últimas posições nos indicadores de Índice de Valor e Índice de Parceria Comercial. Os concessionários apontaram problemas como baixa remuneração, gestão deficiente de peças, treinamento insuficiente e pouca abertura para sugestões da rede.
Enquanto isso, a hashtag#GWM figurou entre as primeiras posições, destacando-se justamente pelo bom relacionamento com a rede e pelo suporte oferecido.
Ambas as marcas, no entanto, seguem em busca de conquistar espaço no competitivo mercado brasileiro e consolidar a presença das fabricantes chinesas como protagonistas da transição para a eletrificação
Vamos observar a diferença de estratégias entre a BYD e a GWM.
A hashtag#estratégia da hashtag#BYD parece clara: foco em hashtag#volume, apostando em hashtag#preços hashtag#competitivos, na hashtag#expansão hashtag#rápida da hashtag#rede e em um hashtag#forte hashtag#marketing hashtag#institucional.
Já a hashtag#GWM segue por outro caminho, com uma hashtag#expansão mais hashtag#gradual e hashtag#estruturada, hashtag#valorizando a hashtag#rede de concessionários e fortalecendo a hashtag#produção hashtag#local como diferencial competitivo
Só o tempo dirá qual é a melhor, mas eu sou mais favorável a estratégia adotada pela GWM, que privilegia o longo prazo, na boa relação com a rede e o bom atendimento dos clientes no pós vendas.