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O Japão está mudando?

21/02/2024
Postado por: Tai Kawasaki

Estava lendo uma reportagem da Bloomberg e vi uma placa de sinalização da cidade de Oizumi (foto), uma cidade que fica a duas horas de Tóquio na prefeitura de Gunma. No mínimo vemos 5 línguas além do japonês, o inglês, chinês, coreano, português e espanhol.
Lembro-me da primeira vez que fui ao Japão em que só tinham placas de sinalização em japonês. Uma curiosidade, como sou descendente de japoneses e não dá para esconder a cara, quando pedia informações na língua japonesa que eram óbvias, mas que na época eu não conseguia ler, as pessoas me olhavam e diziam: não sabe ler não, tá escrito aí? Essa atitude embora antipática, era compreensível há 30 anos atrás.
Entretanto, quando vejo uma sinalização como essa numa cidade do interior, é uma clara indicação da grande transformação que o Japão está sofrendo.

Há muitos anos o Japão não cresce e ainda envelhece demograficamente. Isso significa que o custo aumenta com o envelhecimento da população e a força de trabalho diminui. Pode ser que esse seja um dentre vários fatores para a estagnação do Japão nos últimos anos.

A restrição dos japoneses em relação a entrada de imigrantes estrangeiros é sabida, mas alguns números indicam que o país começa a se mexer para reverter a situação. Os dados do ministério do trabalho do Japão, indicam que a população de imigrantes triplicou na última década e chegou aos 2 milhões, porém esse número ainda parece baixo já que representa somente 2% da população. Esses imigrantes estão atendendo principalmente a demanda de produção, serviços, vendas e construção.

Como o país continua envelhecendo e os japoneses são conhecidos pela maior longevidade, significa que para sustentar a economia do país e ainda crescer, precisarão de muito mais força de trabalho e, portanto, de mais imigrantes.

O Japão é rico, seguro, tecnologicamente avançado, com educação e serviços de altíssima qualidade, tudo para ser um país perfeito. Entretanto enfrentam uma grande dificuldade com a força de trabalho.

O Brasil está ainda longe do Japão, precisa de mais qualificação da mão de obra, mas parece que a necessidade da força de trabalho para movimentar a economia de um país é muito parecida. As pessoas são fundamentais para as empresas existirem, para um país funcionar e a economia crescer. O nível de desemprego no Brasil está caindo, em novembro de 2023 segundo o IBGE atingiu 7,5%, é o menor índice desde 2014.

O que você acha? Que o Japão vai finalmente voltar a crescer com o reforço de trabalho dos imigrantes, depois de um longo período de estagnação?
E o Brasil, vai finalmente investir pesado em educação e melhorar a qualificação da mão de obra e com isso contribuir para um crescimento mais robusto nos próximos anos?

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Postado por: Murilo Moreno
Hora do jantar, entro, com meus sócios e cliente, num restaurante desses de cebolas e pães australianos

Cardápio na mão, descubro que estão fazendo uma Promoção self-liquidating.

O que é isso? Aquelas que o cliente paga um valor especial num produto e ganha algo. No caso, pedindo uma certa carne com um energético misturado à limonada, você recebe uma caneca de vidro de chopp. No preço, o custo do presente vem embutido. Funciona quando o brinde tem valor percebido maior do que o preço total cobrado. E nesse caso, valia muito a pena.

Eu, que adoro promoções, peço a oferta e arrasto comigo mais três para pedirem o mesmo. Pra deixar mais atraente, se você preencher um looooongo cadastro, ganha um brinde extra. Todos nós ganhamos…uau! Que sorte!

Adriano Castello Branco Resende pede ajuda a um garçon, sobre como resgatar o voucher da sobremesa que ganhou.

- Só amanhã...
- Como assim? Onde está escrito isso?
- Só amanhã... o senhor precisa voltar amanhã...

Não adianta argumentar. O brinde é uma pegadinha, é nossa conclusão. Só que o fato acorda o bichinho de marketing que vive dentro de mim. E passo o resto do jantar lendo o regulamento no site da franquia. Nada. Só mesmo o voucher, no seu texto de letras míudas, pra explicar o presente de grego que ganhamos.

O ganhador tem que voltar e consumir de novo. No mínimo, um drink ou um prato principal. Mas só se for depois das 17 horas. E tem que ser ao vivo, nada de pedir pelo delivery. Ah! E se nós quatro voltássemos e fizéssemos tudo isso, ainda assim, só vale um por mesa. E ainda precisaríamos rezar pra ter o produto que ganhamos em estoque, se não nada feito. Só faltou pedir para trazer uma foto autografada do novo presidente dos Isteites, pra ficar mais difícil...

Sai meio preocupado com a empresa. Ela gera o que se chama "atrito" na relação com o consumidor, desnecessariamente. A caneca, em si, já é uma ótima ideia pra aumentar o ticket médio. Mas alguém deve ter pensado: se der um brinde, consigo o cadastro do cliente. E alguém deve ter comentado: se for uma sobremesa, a gente faz ele voltar num outro dia e consumir de novo. E aí, dentro de uma sala com o ar condicionado funcionando à toda, tudo faz sentido.

Só que, ali, no meio das mesas, o que era pra ser um motivo de aumento de fidelidade, vira uma razão para escolher o vizinho, nos corredores dos shoppings centers do Brasil.

Não vou resgatar meu voucher. Prefiro uma vida mais simples...

25/11/2024
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Postado por: Tai Kawasaki
Pesquisas mostram que quando temos experiências ruins, falamos para mais pessoas.

Na realidade, falamos em média para pelo menos 15 pessoas. Entretanto, com as mídias sociais, o impacto tende a ser ainda maior.

Na semana passada em viagem de Consultoria para Goiânia, saímos para para jantar com um grupo. Escolhemos um restaurante conhecido que neste dia, estava fazendo uma promoção.

Faça o pedido e ganhe uma caneca e além disso concorra a um sorteio. Das 5 pessoas do grupo, 4 pediram o item da promoção.

Estava tudo certo, todos felizes e já comendo, quando fomos ver o sorteio. Era um vale sobremesa. Ai começaram os problemas, uma sucessão de atitudes da equipe do restaurante que estragaram o nosso jantar.

A sobremesa era para a próxima visita, mas em nenhum momento os atendentes do restaurante explicaram isso. Se tivessem explicado no início, já teria evitado que criássemos expectativas.

Quando reclamamos e pedimos para chamar o gerente. Ele explicou que a promoção não era clara mesmo e que o problema era do marketing da empresa. Eles fazem a campanha e a gente fica administrando as reclamações.

Quando uma marca pensa numa campanha, deveria se colocar no lugar do cliente e entender, passo a passo, a experiência que este cliente teria.

Se tivessem feito isso, certamente teria antecipado esses problemas e treinado os gerentes de cada unidade, a equipe, pensado em alternativas para manter a satisfação dos clientes no caso de algum problema.

14/11/2024
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Postado por: Murilo Moreno
Rede Globo comprou a Eletromidia.

A emissora, que já tinha 27% das ações da empresa de OOH, out of home, agora desembolsou R$ 1,7 Bilhão pra levar outros 47%. E vai se oferecer pra comprar as ações dos minoritários, além de já ter avisado que vai tirá-la da Bolsa, fechando o capital.

Mas por que essa notícia é importante? Porque mostra dois pontos importantes da propaganda brasileira atual.

Primeiro, que a Globo está mais viva do que nunca. E vem diversificando sua área de atuação, pouco a pouco. Se lembra que ela é uma das sócias da Stone? E da Enjoei? Essas são startups que investiu via Globo Ventures, seu braço de investimentos, a mesma que colocou dinheiro agora na Eletromidia.

Que, aliás, mudou a cara do antigo outdoor, aqueles cartazes lambe-lambe de papel, que ainda sobrevivem em algumas cidades (vale a ressalva feita pelo Antonio José - não só sobrevive, como contrata 120 mil pessoas por todo o Brasil). O uso da mídia externa voltou a crescer graças ao trabalho de Eletromidia. E hoje é charmoso considerar OOH nos planos de mídia.

A grande sacada foi colocar tecnologia na publicidade de rua. Sempre teve placas em abrigos de ônibus, em relógios, em fundo de banca de jornal. Mas definir onde anunciar era um pesadelo, fora a complexidade logística pra trocar as mensagens.

Hoje em dia você define região ou público, coloca o vídeo pra rodar no computador da sede da Eletromidia e ele manda seu comercial pra uma ou todas as mais de 70 mil telas em todo o Brasil. Dois cliques e tudo pronto.

A entrada da Globo na Eletromidia talvez permita um novo salto no uso do OOH. De todo modo, a gente percebe que o mundo da propaganda continua maior do que só googles e metas…

13/11/2024
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Postado por: Murilo Moreno
Amo o varejo não é a tôa.

Quando a gente achava que o Extra já era, de repente ele ressurge "belo e faceiro". E a primeira coisa que os executivos da empresa fizeram pra marcar esse novo momento foi mexer na marca.

O vermelho continua. Firme. As letras deixam de ser arredondadas, quase proprietárias, para um formato mais comum. A maior mudança acontece na bandeira, que quase perde todo o azul e fica mais arredondada. Não rompe muito com o passado e, ainda assim, moderniza. Mantém a consistência. Quem olha vê que mudou, mas não sabe bem o quê. Eu, na minha singela opinião, gostei.

Mas a marca é a ponta do iceberg das mudanças. A sensação é de que alguém chegou na sede da GPA e disse: "E aí? O que vamos fazer com o Extra?" Apesar da empresa ter acabado com os hipermercados em 2021, quando vendeu 70% das suas lojas para a hashtag#Assaí e trocou a marca das restantes para o Pão de Açucar, restaram mais de 300 mercados e mini-mercados de bairro. E em tempos de Oxxo, esse número não é desprezível.

E reposicionar a marca parece ter sido a decisão. Estão começando pelo Rio de Janeiro, onde reformaram as 30 lojas que têm e colocaram uma nova campanha no ar O slogan já vem renovado: O Extra é mais que mais barato. E dá-lhe elogios! Mas o mais importante é que afirmam que são "mais vizinho", além de assinarem o comercial no Youtube como "O Extra agora é mercado de bairro".

Bom de ver essa mudança toda. Significa que o GPA está se reestruturando. E deixando pra trás os momentos de turbulência. Agora é esperar para ver se essa nova fase significa novos pontos de vendas. E mais importante, como isso irá conviver com Pão de Açucar Minuto.

Como vivo dizendo, adoro essas aulas de marketing ao vivo!

 

12/11/2024
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