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Nunca antes na história deste país houve um Volkswagen tão caro quanto o novo Golf GTI.

22/09/2025
Postado por: Murilo Moreno

R$ 430 mil reais é um recorde e os 350 carros que serão importados já têm dono e fila de espera... Isso, apesar de todas es exigências que a montadora fez pra poder vender o carro.

Pra ter o privilégio de ter o modelo não basta o dinheiro. Você precisa ter sido dono de uma unidade das versões anteriores, ou ser cliente Audi ou Porsche, que já estão acostumados com esse nível de preço. E nem pense em repassar o modelo faturando em cima da demanda, com um agiozinho maneiro. Pelo contrato, a primeira opção de compra é sempre da VW, numa espécie de BuyBack, aquela operação que as fabricantes fazem que obriga o produto a voltar para o produtor, depois de usados.

A manobra gerou um barulho enorme no mercado, pra quem não acompanha o jeito atual de pensar dos executivos da alemã. O Golf GTI não tem missão de dar dinheiro, mas sim de polir a imagem da empresa. Não é a primeira venda controlada que eles fazem. Todos os elétricos são assim. Você não compra nem o ID4 nem o Buzz, a Kombi futurista. Só por assinatura.

Fica fácil de recolher os carros do mercado, se der qualquer problema. No caso da assinatura, é só acabar com os contratos. No do Golf, esperar a venda do modelo pra própria Volks. Que pode, inclusive, criar incentivos para emplacar outro carro com a mesma bolacha.

Nos dois casos, Volks está reforçando sua superioridade. Os elétricos mostram a tecnologia e o GTI demonstra a força da esportividade da marca. Em ambos, o mais importante é o que a imprensa vai falar, não o que o bolso deles vai receber.

Vai ser difícil ver um desses modelos na rua. Mas o impacto que já causou no imaginário dos aficcionados é impressionante. Talvez os concorrentes possam até colar e copiar a estratégia. No final, o que a gente vê é que a Volks, mais uma vez, tirou nota 10.

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Postado por: Murilo Moreno
Considerando como meus alunos da ESPM descrevem em sala de aula, Dominos Pizza acertou em cheio no seu Rebranding light

Pela fala dos executivos, a ideia era conquistar as gerações Z e Alpha, que não estão nem aí pra ela.

Em sala, dou um exercício em que precisam descrever diversas redes de fast food. Vai quase tudo bem, até que chegam na pizzaria americana. O que mais sai é preço baixo. No máximo, um conceito de compartilhamento. Isso mostra, pra mim, que pelo menos em Terra Brasilis, a marca não conquistou o coração da juventude. E deve ser mundial, pois a empresa cita claramente isso como o motivo do trabalho. E sabe que ficou boa?

A última mudança tem 12 anos e continua atual. Mas era séria demais. Então, deixaram mais claras e vibrantes as cores, abusaram no uso do ícone do jogo de peças, e incluíram uma assinatura musical, com um cantor de country music famoso, o Shaboozey, falando um "UHMMMMMM", que foi incorporado na marca com a repetição da letra M. Dessa forma, agora você tem o nome escrito como Dommmino's em diversos materiais. Fora isso, a maior mudança, também sutil, aconteceu nas letras do nome, que agora são mais redondinhas, pra parecerem pizzas. Meio forçada a explicação, mas ficou bom. Em resumo, ficou tudo mais divertido.

Gostei do resultado final, mas fiquei intrigado com um detalhe. A nova marca só chega nas ruas em novembro, em alguns poucos mercados. Porém, toda a novidade já foi espalhada pelo mundo inteiro. Pelo jeito, agora entramos numa fase em que a divulgação é tão importante quanto o Rebranding em si. Usar o barulho que as Redes Sociais podem gerar virou parte de qualquer comunicação, mesmo que seja a simples mudança de cores.

Resumindo, esse é um bom rebranding, pois você nota a hashtag#consistência entre o antigo e o novo, o que deixa o Bichinho de Marketing que vive dentro de mim mais tranquilo. Não é porque quer conquistar um novo cliente que Domino's vai jogar fora todos os consumidores que já gostam dela.

Agora é esperar semestre que vem pra ver se a opinião dos meus alunos vai mudar ou não. No final, esse é a verdadeira medida do sucesso...

09/10/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Uma das coisas que mais me impressiona nas empresas é que péssimos resultados são sempre atribuídos a motivos externos, do mercado, enquanto que os bons são consequências de decisões internas.

Mercedes Benz e BMW estão trocando de posição nas vendas mundiais, e as explicações reforçam esse meu mal-estar.

Mercedes está em queda. Suas vendas diminuíram 12% nos meses de julho a setembro. De quem é a culpa, de acordo com a marca? Do tarifaço do Trump e do mercado chinês, que está em crise. Em paralelo, BMW cresceu quase 9% no mesmo trimestre. Deve estar num outro planeta, já que esses fatores não a afetaram.

As duas fabricam nos Isteites. Só que a MB, que perdeu 17%, importa 60% da suas vendas. Já a BM é mais americanizada, pois um percentual acima de 50% vêm da sua fábrica de Carolina do Sul. E isso a ajudou a vender 25% a mais no mercado interno.

Na China, que enfrenta uma ressaca devido ao imenso número de novas montadoras de carros elétricos, outra goleada. Apesar das duas perderem vendas, BMW quase empatou, com 0,4% somente de queda. O buraco da Mercedes foi maior: 27%.

Desconfio sempre que vejo executivos explicando seus problemas apontando pra fatores que eles não controlam. Como diz Homer Simpson, "a culpa é minha e eu a coloco em quem eu quiser". Tem alguma coisa na fórmula da BMW que a está fazendo ganhar mercado no mesmo momento em que Mercedes Benz perde. E dessa vez, o presidente do cabelo de fogo não é o grande culpado...

A grande vantagem é que três meses não é tempo, em empresas que têm cem anos ou mais de existência. Ainda pode acontecer tudo, inclusive nada...

 

08/10/2025
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Postado por: Tai Kawasaki
Em 2018, a Honda detinha 79% do mercado de motocicletas no Brasil.

Entretanto, embora o setor venha apresentando forte crescimento no período pós-pandemia, a participação da Honda vem mostrando uma tendência de queda.

Em 2024, a marca fechou o ano com 68,6% de participação, em um mercado total de 1,875 milhão de unidades. Já em 2025, até o mês de setembro, o mercado acumula 1,613 milhão de motos vendidas, mas a participação da Honda caiu para 66,8%.

Certamente, esses números acenderam um sinal de alerta dentro da companhia. Nos últimos dias, a Honda anunciou um investimento de R$ 1,6 bilhão no Brasil — um movimento estratégico que, ao que tudo indica, busca reforçar sua posição de hashtag#liderança.

O plano pode ser resumido em dois eixos principais:

Aumentar a capacidade de produção anual da fábrica para 1,6 milhão de unidades por ano, a partir de 2026;

Lançar novos modelos e versões atualizadas, com foco em economia de combustível, conectividade e eficiência ambiental.

Ao meu ver, a liderança da Honda ainda não está ameaçada, mas a redução de participação certamente preocupa, especialmente diante da demanda crescente por motos de baixa cilindrada, voltadas ao delivery e à mobilidade urbana.

O setor de duas rodas no Brasil vive um momento de transformação, com novos competidores indianos e chineses ganhando espaço, além da Yamaha, que também vem aumentando sua presença.

Será interessante acompanhar os próximos passos da hashtag#Honda. Conseguirá a marca recuperar os quase 80% de participação que já teve — ou esse patamar pertence ao passado?

07/10/2025
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Postado por: Murilo Moreno
Não existe produto que não vende.

Muitas vezes não é o produto que falha, mas a forma como usamos as ferramentas disponíveis. Quando o peso é colocado no lugar errado, a venda não acontece.

Episódio 1 – Marketing: como construir marcas poderosas e orçamentos enxutos.

07/10/2025
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