Já ter embarcado no foguete do Elon Musk e ter ido pra Marte. A apresentadora virou um sucesso de um dia para o outro, por conta do seu humor e sua irreverência. Ou será que a fama veio de ser somente uma personagem criada em Inteligência Artificial? De todo modo, ela expôs, ainda mais, o que vem por aí . A partir de agora, a diferença entre o mundo real e o digital vai ser cada vez menos perceptível.
Se você assistiu algum dos vídeos, deve ter percebido que o que assusta é o realismo das imagens. O autor, o carioca Raony Phillips, juntou pequenos vídeos de 8 segundos, o máximo que a IA do Google por enquanto gera, e construiu o programa dessa apresentadora gorda, que se apresenta vestida de maiô e que tem tiradas sarcásticas nas suas entrevistas.
Então temos um humano, de carne e osso, criando um personagem digital, que tem um tom de humor que reflete suas escolhas. Onde está o sucesso? No personagem ser criado por computadores? Ou na linguagem ácida? A recriação da personagem no programa da TV Bandeirantes, que pegou uma atriz e a vestiu como a IA, mostra que sem o humor politicamente incorreto, a fórmula não funciona.
De todo modo, é importante pensar no que representam esses oito segundos de vídeo quase reais. Como ainda estamos na pré-história da IA, podemos prever que fazer filmes longos com personagens irreais vai ser comum em poucos anos. Vamos ter o "efeito The Simpsons". O desenho animado tem 35 anos e até hoje o Bart vive com os pais. Nunca envelhece. A diferença é que tudo será em "carne e osso" digital.
Marisa Maiô correu pra virar influencer e passou a anunciar pro comércio. Fez merchandising pra Magalu e OLX. Se não tomar cuidado, daqui a pouco estará mais rodada do que o Luciano Huck. O que ninguém está falando é que quanto mais fácil fica criar conteúdo, mas difícil está se tornando se diferenciar no mercado. As duas varejistas usaram o hit do momento. Mas não tem nada mais igual do que fazer campanha com um personagem que sempre age e fala do mesmo jeito. Anunciando perfume ou carro.
Ganha Marisa Maiô. Perdem os anunciantes...
Fonte da imagem: Youtube
Fizemos um tour pelas instalações onde conhecemos, dentre outras áreas, o Centro de Operações onde controlam todos os voos. A sala é super tecnológica, funciona 24 horas por dia, tem profissionais experientes e altamente qualificados.
Agora vou viajar ainda mais tranquilo, pois esse Centro transmite segurança e confiança e mostra a preocupação da Gol em atender com excelência e profissionalismo.
A GOL, após reestruturação estratégica, busca um crescimento consciente e próspero, com internacionalização e diversificação, caixa robusto e frota moderna.
Parabéns aos amigos Rafael de Operações e Patrícia de Marketing. Sucesso!
Ninguém ao lado do balcão externo, resolvo eu mesmo entrar no estacionamento com meu Fiat 500. Paro em frente a uma placa de "Deixe aqui o carro" e espero o manobrista. Lá vem ele, depois de alguns minutos, andando sem pressa, e me pergunta:
- É avulso?
- Vim buscar um hóspede...
- Não temos vagas para avulsos...
- Só vou pegar um hóspede...
- Não temos vagas para avulsos, repete e se vira falando: manobre o carro e saia...
Acho estranho, pego o carro e volto pra porta do hotel a tempo de vê-lo chegando no balcão. Estaciono o carro na frente dele, saio, tranco e entro pra recepção. Ele vem atrás de mim. Bufando, pede a chave e me entrega o recibo de entrada... não entendo nada...
Na hora, me passa na cabeça: qual a razão de ser de um estacionamento num hotel a não ser atender as necessidades dos hóspedes? Olho pro uniforme do manobrista e começo a entender. O serviço é terceirizado. E é aí que começam os problemas.
Cada uma das empresas tem um objetivo. O hotel ganha dinheiro com ocupação dos quartos e venda de serviços para hóspedes. A administradora do estacionamento, com o maior uso das vagas disponíveis. Para o hotel, vaga vazia significa poder atender a necessidade de um novo hóspede, a qualquer momento. Para o estacionamento, é faturamento perdido. O lucro máximo de uma significa a piora do serviço da outra.
Com certeza, um certo dia, o hotel pensou: se eu terceirizar o estacionamento, vou ganhar mais dinheiro, pois vou acabar com a ociosidade, com as vagas vazias o dia inteiro. Deve até ter combinado as regras do jogo. Mas, no dia a dia, isso vai sendo esquecido e, no final, o consumidor acaba sendo deixado de lado. A falta de vagas para avulsos não é um problema para o manobrista. Ele só sabe que está lotado e pronto!
O bichinho de marketing que existe dentro de mim me faz uma pergunta: quantas vezes a gente terceiriza o atendimento dos nossos clientes para outras empresas e damos um tiro no pé? Como gosto de dizer, melhor forma de saber é usando nosso próprio produto ou serviço.
Pago vinte reais por pouco mais de uma hora de estacionamento. Digo pro meu cliente ficar em outro lugar, da próxima vez, e fico pensando: esse é o lucro mais caro que o hotel poderia ter...
Fonte da imagem: ChatGPT
Só pode ser pra voar mais alto, não é mesmo? Foi isso que pensei quando vi a farmacêutica EMS marcando data pra lançar suas canetas para emagrecimento: agosto. Ou seja, a partir do segundo semestre acaba a exclusividade das Novo Nordisk e Eli Lilly, fabricantes dos fenômenos Ozempic e Mounjaro, e a brasileira passa a morder um pedaço desse mercado.
A líder brasileira de genéricos vai lançar seu novo remédio com marca. Olire, para emagrecimento, e Lirux, para diabetes. Mas por que isso? Talvez a resposta esteja das palavras do manda-chuva, Carlos Sanches. Ele declarou em dezembro do ano passado, que a empresa poderá faturar no Brasil, daqui a oito anos, 2 bilhões de dólares. E que tem potencial para outros 2 bilhões, no resto do mundo. Basta isso para entender a estratégia.
A briga fora do Brasil vai ser marca contra marca e não um produto já estabelecido versus uma marca genérica. Isso é interessante. EMS fatura hoje 10 bilhões de reais. Não é pouco dinheiro. Mas se a previsão acontecer, os novos remédios vão ajudar a dobrar a empresa. Pela fome que apresentam, isso deve acontecer e transformar a empresa numa multinacional de verdade.
Lógico que para ajudar, estão considerando o futuro lançamento do Ozempic da empresa. Como assim? Os atuais lançamentos são baseados numa molécula já ultrapassada. A liraglutida é a primeira geração de moléculas para emagrecimento lançada. A semaglutida é uma geração mais nova e a patente dessa molécula ainda não caiu. Mas a EMS já está pronta pra colocar no mercado essa versão mais moderna, a partir do ano que vem.
Interessante é ver mais uma multinacional brasileira aparecendo. Quem sabe, o Brasil vire, realmente, o país do futuro. Magro.
Quando a TV a cabo apareceu no Brasil, perguntei para um diretor da TV Globo: por que vocês não têm um canal só de novelas? A resposta foi que os direitos de imagem dos atores não haviam sido negociados para os dois tipos de transmissão, o que impedia reprisar a novela em outro canal. Parece que esse problema já não existe mais, pois ontem o canal Viva passou a se chamar Globoplay Novelas e só vai transmitir esse gênero de programa.
Talvez a maior mudança não tenha sido os direitos de imagem mas a de mentalidade. A emissora sempre foi "Inimiga Cordial" das demais empresas do Grupo, não aceitando dividir seus sucessos facilmente com outros canais. Só que, com a internet, essa jeito de agir precisou deixar de existir. E agora, finalmente, parece que elas são uma só.
A TV aberta perdeu seu charme e as audiências despencaram. A Globo, sozinha, ainda é o canal mais assistido do Brasil. Mas, arrastada pela crise financeira, abriu mão de ter contratos exclusivos com dezenas de atores, além de não ser mais a dona de eventos esportivos, como Fórmula 1 e o Campeonato Brasileiro de Futebol, e até da transmissão completa do Carnaval do Rio de Janeiro. A crise passou, mas a Globo, como se tivesse feito uma cirurgia bariátrica, saiu mais magra do que antes.
Ainda é cedo para dizer o que vai representar a Globoplay Novelas, mas hoje é possível assistir o conteúdo via a emissora aberta ou de streaming. Estar na TV a cabo não deve alcançar grandes resultados, até porque o número de assinantes desse formato vem caindo ano a ano.
Interessante perceber que a grande aposta da TV Globo para 2025, o remake da novela Vale Tudo, não tem alcançado bons resultados. Não que se espere os 56 por cento de média de audiência da versão original. Mas a nova refilmagem tem mantido seus índices entre 20 e 21 por cento das TVs ligadas, perdendo às vezes até para a novela das sete. Globo apostou forte na regravação da trama, para comemorar seus 60 anos, só que os números mostram que a audiência não engajou. Engraçado é notar que, na Globoplay Novelas, nem reprise dos capítulos já exibidos a emissora colocou.
De toda forma, para os noveleiros como eu, está está cada vez mais fácil assistir esses folhetins eletrônicos. Independente da escolha, o que se percebe é que quem ganha, no final, é a Rede Globo. A nova mentalidade está dando resultado...
Fonte da imagem: Divulgação